Publicado em 17/01/2022 às 10:31, Atualizado em 17/01/2022 às 14:34

Moradora de Nova Andradina questiona falta de remédio na farmácia municipal

Secretaria de Saúde explica tramitação para aquisição e distribuição de medicamentos

Acácio Gomes, Redação Nova News
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Imagem: WhatsApp / Nova News

Nos últimos dias, a moradora de Nova Andradina, Ivone Batista da Silva, de 39 anos, entrou em contato com o Nova News para denunciar a falta do medicamento Desvenlafaxina 50mg na farmácia municipal.

A medicação - que aumenta a disponibilidade de serotonina e noradrenalina no cérebro, dois neurotransmissores que estão desequilibrados em pessoas com depressão e que ajudam a manter e melhorar o humor - é ministrada de forma contínua à filha de Ivone, uma adolescente de 14 anos, cuja identidade será preservada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Em dezembro de 2021, Ivone foi até a farmácia municipal com uma receita para receber 60 comprimidos da substância, porém, segundo ela, havia apenas 30 disponíveis.

Já neste mês de janeiro de 2022, ao retornar para pegar a outra parte da medicação, a cidadã disse ter sido surpreendida com a informação da ausência do remédio no estoque do município e também com a declaração de que não havia previsão para que o produto chegasse.

“Fiz orçamentos do remédio em algumas farmácias e obtive a informação de que uma caixa com 30 comprimidos custa cerca de R$ 128,00, valor que pesaria muito no meu orçamento”, explica.

Preocupada com a possibilidade de interrupção do tratamento da filha, Ivone procurou o Nova News para questionar a Secretaria de Saúde com relação à organização da reposição dos estoques de medicamentos.

“Na minha casa, quando o meu pacote de arroz está na metade eu já compro outro para não ficar sem. Será que eles não podem se organizarem melhor?”, desabafou ela em tom de questionamento.

Como funciona a distribuição de remédios

Em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Nova Andradina na quinta-feira (13), o Nova News obteve informações sobre os critérios relativos à aquisição e à distribuição de medicamentos à população.

O setor responsável explicou que o município possui, por responsabilidade, o fornecimento de cerca de 150 medicamentos classificados como REMUME (Relação de Medicamentos Municipais) e RESME (Relação de Medicamentos Estaduais), sendo que, a Desvenlafaxina não integra as listas, portanto, não é dever da Saúde proceder o seu fornecimento.

“Além destes medicamentos, buscamos sempre realizar licitações de outros fármacos que vêm sendo prescritos com frequência pelos profissionais médicos, visando atender as necessidades da população, estes com recursos 100% municipais para custeio, e, neste caso, a Desvenlafaxina é um dos itens”, explicou a Saúde.

Ocorre que, segundo a pasta, havia disponibilidade da medicação até o final do ano passado, porém, com a chegada de 2022, houve o desabastecimento do estoque.

A equipe responsável pela aquisição de medicamentos explicou ao site que quando ocorre a troca de exercício de um ano para outro, todos os pedidos de medicamentos que estão em tramitação e que ainda não foram entregues são automaticamente expirados e precisam ser refeitos, motivo pelo qual pode ocorrer a demora na chegada de alguns itens. “Não é falta de organização, mas apenas a forma como o sistema funciona”, explicou uma servidora.

Ela ainda pontuou que a SMS não dispõe de meios de aquisição que não seja processo de licitação e dispensação direta no balcão da farmácia. “Não podemos comprar um medicamento aleatoriamente ou fornecer uma requisição ao paciente. Não funciona assim. Precisamos seguir as regulamentações”, disse.

Providências urgentes: Medicamento garantido

No entanto, para que a filha da Ivone não ficasse sem a medicação, a equipe da SMS conseguiu, na sexta-feira (14), reunir algumas amostras grátis do medicamento Desvenlafaxina - que haviam sido deixadas por representantes de laboratórios fabricantes para alguns profissionais de saúde do município - que, por sua vez, cederam os comprimidos que já foram entregues à mão da adolescente, garantindo mais 56 dias de tratamento, período que deve ser suficiente para que a entrega seja normalizada na farmácia municipal.

“Fui lá e busquei as amostras. Estou aliviada por saber que minha filha vai poder continuar o tratamento. Agradeço o empenho de todos em solucionar meu problema”, disse Ivone.

Mais informações

Por sua vez, a equipe da Secretaria Municipal de Saúde afirma que age com o máximo de cautela para que não faltem as medicações solicitadas pela população, mas que, devido aos trâmites legais, que precisam ser cumpridos, podem ocorrer episódios de ausência de alguns fármacos nos estoques em alguns momentos.

Segundo a pasta, em caso de dúvidas ou para obter mais informações, as pessoas interessadas podem entrar em contato com a SMS, que fica na Rua Rua Elizabeth Rubiano, 1171, telefone (67) 3441-1250, ramal 5255. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 07h às 13h.

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