Publicado em 21/05/2025 às 18:04, Atualizado em 21/05/2025 às 21:06
A adulteração do diesel é prática recorrente e preocupa autoridades, empresas e motoristas
Em 2024, Mato Grosso do Sul registrou índice de 18% de adulteração no diesel comercializado, conforme levantamento do Instituto Combustíveis Legal (ICL), com base em dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O percentual coloca o Estado entre os seis com maior incidência no país.
A adulteração do diesel é prática recorrente e preocupa autoridades, empresas e motoristas. As investigações apontam que organizações criminosas têm atuado em diferentes etapas da cadeia de distribuição, desde as usinas até os postos.
O PMQC realiza coletas aleatórias em postos de combustíveis, analisando a qualidade de gasolina, etanol e diesel. No caso do diesel, a irregularidade mais comum é a redução do percentual de biodiesel, que atualmente deve representar 14% do total.
Segundo o ICL, as fraudes no país atingiram um volume estimado de 5,42 bilhões de litros em 2024, número que equivale a aproximadamente 72 mil abastecimentos, considerando veículos de passeio e caminhões.
Além de Mato Grosso do Sul, outros estados com altos índices de adulteração do diesel são Alagoas (24%), Amapá (15%), Rio Grande do Sul (15%), Bahia (13%) e São Paulo (11%). No caso da gasolina, os maiores percentuais de irregularidades foram encontrados em Alagoas (12%), Paraíba (6%) e Pernambuco (4%).
Impactos e medidas - A ANP aponta que, apesar das irregularidades, o índice médio de conformidade no mercado nacional de combustíveis alcançou 98,1% em 2024, superando os 97,4% registrados no ano anterior. O Ministério de Minas e Energia e a ANP afirmam que seguem intensificando as ações de fiscalização e monitoramento para coibir as fraudes e responsabilizar os envolvidos.
Em Mato Grosso do Sul, que possui uma das maiores frotas de transporte rodoviário do país, o tema desperta atenção especial, sobretudo em regiões de fronteira, onde há circulação intensa de cargas e combustíveis.
Como ocorre a adulteração? - No diesel, a prática mais comum é a diluição irregular da mistura, reduzindo o teor obrigatório de biodiesel. Já na gasolina, a fraude ocorre, geralmente, com a adição de etanol ou metanol, substâncias que, além de comprometerem a qualidade do produto, podem causar danos à saúde e ao meio ambiente.