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“O coronavírus mata, mas a falta de solidariedade também”, afirma padre de Nova Andradina

Itacir Gasparetto ressalta a importância das obras sociais dentro e fora da igreja

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Padre defende que a essência do cristão deve ser a fé e as obras, a oração seguida da ação - Imagens: Divulgação

“O coronavírus mata, mas a falta de solidariedade também. É verdade que a Palavra de Deus nos ensina a fazer boas obras em segredo, mas penso que é preciso mostrar o que tem sido realizado para que mais pessoas abracem esta causa”, afirma o padre Itacir Gasparetto, do Santuário Diocesano Imaculado Coração de Maria, em Nova Andradina.

Segundo o religioso, tanto dentro quanto fora da igreja, é importante que as pessoas pensem mais no próximo e se solidarizem com as realidades enfrentadas pelos mais necessitados. “Por meio das doações dos fiéis, a Igreja Católica consegue ajudar muitas famílias, mas, de modo geral, na sociedade, as pessoas também podem ser ajudar cada vez mais”, defende o padre.

Itacir explica que no âmbito eclesial, várias são as frentes de trabalho neste sentido. Uma das ações é a Casa do Migrante, fundada pelo padre Giani Menegazzi em 1996. A instituição acolhe pessoas em situação de trânsito pela cidade e que não tenham condições de se acomodarem por conta própria.

Lá são servidas mensalmente cerca de 360 refeições para aproximadamente 70 pessoas que, além de alimentação, também são atendidas com banho e pernoite. Os serviços oferecidos são 100% gratuitos.

“Devido à pandemia, o fluxo de atendimentos na Casa do Migrante foi reduzido em obediência aos decretos municipais, mas a instituição segue em atividade, inclusive com a distribuição de marmitas para as pessoas necessitadas”, disse o padre.

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Casa do Migrante é um dos braços da Igreja Católica no acolhimento dos mais necessitados - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Ainda na questão social, a igreja acolhe e orienta pessoas em situação de rua. “Fornecimento de roupas, alimentos e encaminhamento para os atendimentos necessários estão estre as providências que tomamos para amenizar esta realidade de quem vive ao relento”, afirma.

Outro ponto de atuação da igreja é com relação àqueles que até tem onde morar, porém, a precariedade do local afeta a qualidade de vida destas pessoas. “Recentemente construímos uma casa para uma família na Vila Santo Antônio. Com doações de colaboradores e o trabalho de cristãos de boa vontade conseguimos melhorar aquela situação. Outras famílias também têm sido assistidas neste contexto habitacional”, revelou.

O padre lembra que não são apenas as pessoas sem moradia digna que precisam de ajuda, mas muitas famílias, apesar de terem onde viver, sofrem com a falta de recursos para compra de alimentos, remédios e outras despesas.

“Arrecadamos aqui muitas doações, que são repassadas aos Vicentinos, que são membros da chamada Sociedade de São Vicente de Paulo, uma associação de natureza eclesial, mas com caráter leigo, a serviço da igreja e da sociedade. Eles fazem a separação de tudo, seja roupas ou cestas de alimentos, e encaminham para quem mais precisa”, pontua Gasparetto.

O padre disse que o trabalho assistencial faz parte da natureza da igreja ao passo que Jesus ensina a amar o próximo como a nós mesmos. “Somos da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, fundada por São João Calábria, que dedicou sua vida aos mais necessitados. Recentemente, em 14 de julho, celebramos o dia de São Camilo de Léllis, que, após sua conversão, fez obras incríveis de atenção e misericórdia para com os pobres e doentes. A própria Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres, de quem tanto falamos na Campanha da Fraternidade deste ano, é outro exemplo. Isso tudo nos inspira”.

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Religioso agradece a todas as pessoas e empresas que se mobilizam em estender as mãos aos pobres da comunidade - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Itacir Gasparetto frisa que, apesar de não poder assumir o papel do governo, a quem compete a assistência e o bem estar dos seus governados, a Igreja Católica não se omite do seu papel social e busca cada vez mais se esmerar na prática da caridade e da ajuda aos mais necessitados. “Quando falamos em igreja, não nos referimos ao templo, ao prédio, mas a toda a comunidade, às pessoas, afinal de contas, todos nós somos a igreja”, explicou.

“Apesar da pandemia e das orientações com relação ao isolamento social, tanto eu quanto o diácono Cícero Brais, bem como os demais encarregados deste serviço, apesar de tomarmos todos os cuidados, seguimos com as visitas, com o acompanhamento às famílias. Não podemos ficar de braços cruzados”, defendeu.

Segundo o religioso, é importante agradecer, em nome da Igreja Católica, aos doadores, colaboradores, à equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Andradina que, em suas palavras, sempre procura atender as demandas encaminhadas e a todos que, direta ou indiretamente entendem que ajudar o próximo é necessário.

Como ajudar?

Pessoas interessadas em doarem alimentos, roupas, calçados ou em colaborar de alguma forma com as obras sociais da igreja, podem entrar em contato com o Centro Paroquial de Nova Andradina (Cepana), que fica na Rua Imaculada Conceição, ao lado do Santuário, telefone (67) 3441-1547.

Padre Itacir lembra, no entanto que, não é obrigatório que as doações passem pela igreja. “Se você sabe de alguma família carente, de alguma pessoa necessitada aí no seu bairro, na sua rua, e pode ajudar de alguma forma, ajude. Faça o bem, afinal de contas o grande ensinamento é unir a fé e as obras, a oração e a ação”, finaliza.

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