A chupeta é um dos itens mais comuns no enxoval do bebê, usada por muitas famílias para acalmar os pequenos nos primeiros meses de vida. No entanto, seu uso ainda levanta dúvidas entre pais e cuidadores: afinal, a chupeta faz mal? Quais são os riscos reais? Existem benefícios? E quando é o momento certo de evitar?
Neste artigo, reunimos informações atualizadas e baseadas em estudos pediátricos para esclarecer esses pontos. Também abordamos como escolher a melhor chupeta para o seu bebê, de forma a reduzir riscos e favorecer uma transição mais saudável no desenvolvimento infantil.
Por que os pais recorrem à chupeta?
O reflexo de sucção é natural nos recém-nascidos. Além de ser uma necessidade fisiológica ligada à alimentação, esse reflexo também tem uma função de conforto e regulação emocional. A chupeta, nesse contexto, surge como um substituto do seio materno, ajudando a acalmar o bebê em momentos de estresse, sono ou irritação.
Muitos pais relatam que a chupeta facilita o adormecer e reduz o choro excessivo. Em situações específicas, como voos de avião, pode até aliviar desconfortos causados por mudanças de pressão. Apesar desses pontos positivos, o uso prolongado ou inadequado pode trazer consequências que merecem atenção.
Os principais riscos do uso da chupeta
1. Problemas odontológicos
O uso frequente da chupeta, especialmente após os 2 anos de idade, pode alterar a arcada dentária e a posição dos dentes. Má oclusão, mordida aberta ou cruzada e desalinhamento dental são alguns dos problemas identificados por odontopediatras.
Segundo a Associação Brasileira de Odontopediatria, o uso prolongado da chupeta está diretamente relacionado a alterações no desenvolvimento bucal da criança, principalmente se o uso ultrapassar os 3 anos de idade.
2. Desmame precoce
Quando a chupeta é oferecida nos primeiros dias de vida, há o risco de confusão de bicos. Isso pode prejudicar a amamentação, levando ao desmame precoce. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda evitar a introdução da chupeta antes da amamentação estar bem estabelecida, geralmente após o primeiro mês de vida.
3. Infecções e higiene
Chupetas mal higienizadas ou usadas por muito tempo podem acumular bactérias e fungos, aumentando o risco de infecções orais, respiratórias e gastrointestinais. Por isso, manter a limpeza rigorosa e trocar a chupeta periodicamente é essencial.
Benefícios da chupeta (quando usada com moderação)
Apesar dos riscos, a chupeta também pode oferecer alguns benefícios, especialmente quando seu uso é temporário e bem orientado:
1. Efeito calmante
A sucção não nutritiva (sem leite) ajuda o bebê a se acalmar, o que pode ser benéfico em situações de ansiedade ou agitação. Muitos pais relatam melhora no sono e na qualidade de vida da família com o uso moderado da chupeta.
2. Redução do risco de morte súbita
Estudos apontam que o uso da chupeta durante o sono pode reduzir o risco de Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), uma das principais causas de óbito em bebês com menos de um ano. A explicação mais aceita é que a sucção ajuda a manter as vias respiratórias mais abertas e impede que o bebê durma profundamente demais.
3. Menor uso de medicação
Em alguns casos, como em procedimentos hospitalares, a chupeta tem sido usada para aliviar o desconforto em recém-nascidos. O uso, aliado a soluções adocicadas (como sacarose), mostrou eficácia na redução da dor em exames como coleta de sangue ou vacinações.
Quando evitar o uso da chupeta?
Nos primeiros 30 dias de vida, para garantir o sucesso da amamentação.
Se a criança está com infecções frequentes, principalmente de ouvido ou garganta.
Após os 2 anos, o uso deve começar a ser reduzido gradualmente.
Se o bebê apresenta alterações na fala, é recomendável avaliar com um fonoaudiólogo.
Dicas para escolher a melhor chupeta
A escolha da melhor chupeta depende da idade, formato, material e certificação do produto. Veja os critérios principais:
1. Formato ortodôntico
Prefira chupetas com bico ortodôntico, que se adaptam melhor à boca do bebê e reduzem o risco de alterações dentárias.
2. Material de qualidade
Silicone é o material mais indicado por ser resistente, hipoalergênico e fácil de higienizar. Evite chupetas com partes metálicas ou que contenham bisfenol-A (BPA).
3. Certificação e segurança
Verifique se o produto tem selo do Inmetro e siga as instruções de uso e idade recomendada. A chupeta deve ter furos de ventilação, escudo com tamanho adequado e estar em perfeito estado.
4. Tamanho correto
Existem tamanhos apropriados para cada faixa etária: 0-6 meses, 6-18 meses e acima de 18 meses. Usar o tamanho errado pode causar desconforto e prejudicar a função da chupeta.
Chupeta faz mal? Entenda como fazer o desmame da chupeta com gentileza
O ideal é retirar a chupeta até os 3 anos de idade, de forma gradual e respeitosa. Algumas estratégias incluem:
Reduzir o tempo de uso diário, limitando a chupeta ao momento do sono.
Oferecer alternativas de conforto, como objetos de transição (naninhas).
Conversar com a criança, explicando com carinho os motivos da retirada.
Criar um ritual simbólico, como “doar a chupeta” para o “bebê novo” ou deixá-la para o “Coelhinho da Páscoa”.
Evite métodos bruscos ou punitivos. A paciência e o respeito ao tempo da criança são fundamentais para um processo saudável.
A chupeta não é uma vilã, mas seu uso deve ser consciente, limitado e orientado por profissionais da saúde. Quando usada com cautela, pode ajudar o bebê a se sentir mais seguro e acolhido nos primeiros meses de vida. No entanto, é importante estar atento aos sinais de dependência e aos impactos no desenvolvimento bucal e emocional.
Para quem opta por utilizar esse recurso, a escolha da melhor chupeta pode fazer toda a diferença na segurança e conforto do bebê. E, mais importante ainda, o desmame deve ser feito com afeto, respeitando o ritmo de cada criança.
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