Publicado em 30/08/2020 às 06:00, Atualizado em 30/08/2020 às 10:03

Apesar da Covid-19, atividade industrial de MS melhorou pelo 3º mês consecutivo

Somente em julho, 43% das empresas industriais do Estado apresentaram aumento na produção

Fiems,
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Imagem: Divulgação / Fiems

Apesar da pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), o nível da atividade industrial em Mato Grosso do Sul melhorou pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 61 empresas no período de 3 a 13 de agosto deste ano. O indicador de evolução da produção acumula alta de 25,8 pontos nos três últimos meses e se recupera da retração ocorrida no mês de abril, quando houve a ampliação das medidas de restrição à circulação e concentração de pessoas por conta da atual pandemia.

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, somente em julho, 43% das empresas industriais do Estado apresentaram aumento na produção, enquanto no mês anterior essa participação era de 27%. “Já as empresas que mantiveram a produção estável responderam por 44% do total, contra 45% no último levantamento. A melhora sobre o mês de junho se refletiu no índice de evolução da produção, que fechou julho de 2020 em 60,3 pontos, indicando aumento de 11,9 pontos sobre o mês anterior”, revelou.

Ele acrescenta que a utilização da capacidade instalada aumentou na passagem de junho para julho. “Em julho, 72% dos respondentes disseram que a utilização da capacidade instalada ficou igual ou acima do usual para o mês, enquanto o patamar médio de utilização da capacidade total ficou em 73%, indicando aumento de 9 pontos percentuais em relação ao mês anterior. O indicador de uso efetivo em relação ao usual fechou o mês de julho em 52 pontos, resultado 8,6 pontos acima da média histórica obtida para o mês”, pontuou.

Perspectivas

Com relação ao índice de expectativa do empresário industrial, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems detalha que, em agosto deste ano, 62,8% das empresas responderam que esperavam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses e, em relação ao mesmo anterior, o índice apresentou melhora de 8 pontos. Em agosto, 54,1% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses, mas, para o mesmo período, 4,9% preveem queda e 41% das empresas acreditam que o nível de demanda se manterá estável.

A respeito dos empregados, em agosto, 57,7% das empresas responderam que esperavam aumentar o número de trabalhadores nos próximos seis meses, enquanto, em relação ao mesmo anterior, o índice apresentou uma melhora de 4,8%. Ainda em agosto, 29,5% das empresas responderam que esperam aumentar o número de empregados nos próximos seis meses, enquanto 1% apontou que esse número deve cair e 69,5% das empresas esperam manter o quadro de funcionários estável.

No caso das exportações, em agosto, 54,4% dos respondentes disseram esperar aumento nas exportações de seus produtos nos próximos seis meses, enquanto o índice apresentou uma melhora de 4,4 pontos. Em agosto, 9,8% dos respondentes disseram esperar aumento nas exportações de seus produtos nos próximos seis meses, enquanto 3,3% acreditam que deva ocorrer queda e as empresas que preveem estabilidade para suas exportações responderam por 19,7% do total e 67,2% disseram que não exportam.

Sobre a intenção de investimento do empresário industrial, há uma melhora na passagem de julho para agosto. Em agosto, o índice ficou em 56,4 pontos, indicando aumentos de 9,7 pontos sobre o mês anterior e de 6,5 pontos em relação à média histórica do mês. “O resultado foi influenciado, em boa medida, pelo crescimento na participação das empresas que disseram que certamente farão investimentos nos próximos seis meses, que aumentou de 5,4% para 16,4% do total. Vale destacar também o crescimento ocorrido na participação das empresas que provavelmente realizarão investimentos nesse período, que saiu de 41,1% para 44,3%”, explicou Ezequiel Resende.

ICEI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou em agosto 60,9 pontos, indicando aumento de 10 pontos, quando comparado com o mês anterior e de 6,5 pontos em relação à média histórica do mês. “A melhora na confiança deve-se, sobretudo, ao maior do otimismo do empresário com relação aos próximos seis meses. A avaliação da situação econômica atual continua em patamar inferior em relação aos últimos seis meses, mas, para o empresário, é cada vez mais claro que o pior momento da crise causada pela pandemia ficou para trás. É importante ressaltar que a volta da confiança é uma condição importante para a retomada da atividade industrial”, reforçou o economista.

Em agosto, 31,1% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 31,2% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 19,7% dos respondentes. Já para 41% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 36,1% e, a respeito da própria empresa, o número ficou em 32,8%.

Além disso, para 24,6% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual ficou em 29,5% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 44,3%. Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das condições atuais da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente 3,3%.

Expectativas

Sobre as expectativas para os próximos seis meses, o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems informa que em agosto 13,1% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. “Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 9,8% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 4,9% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 29,5%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 32,8% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 24,6%”, informou.

Ezequiel Resende completa que 54,1% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar. “Já em relação à economia estadual, o resultado também ficou em 54,1% e, no caso da própria empresa, 67,3% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 3,3%”, finalizou.