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Presidente do Silems aponta série de fatores para disparada no preço do leite

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Imagem: Arquivo / Divulgação

Queda na produção, aumento dos combustíveis e da energia e até a guerra entre Rússia e Ucrânia são os principais motivos para a disparada no preço do leite nos últimos meses. De acordo com o presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso do Sul), o empresário Paulo Fernando Pereira Barbosa, uma série de fatores interferiram no preço final do item, que tem sido alvo de reclamações por parte dos consumidores.

Nas prateleiras de Mato Grosso do Sul, os preços podem variar entre R$ 5,90 e R$ 8,90. Segundo Barbosa, o momento é de desequilíbrio no mercado. “É um patamar de preço que não imaginávamos. Nem nós da indústria estávamos esperando. Nos preocupa, porque sabemos que o poder de compra do cidadão muitas vezes pode desestimular o consumo a esse preço”, ressaltou.

Entre os principais fatores para os novos preços apontados pelo presidente do Silems está a queda na produção. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), enquanto no Brasil a produção cresceu 15% entre 2010 e 2020, em Mato Grosso do Sul houve queda de 42% em 10 anos. Só no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, a queda na produção foi de 15% no Estado e de 10,29% no país.

A produção menor reflete em queda na captação de leite pelas indústrias. Entre 2011 e 2021 a captação de leite por indústrias inscritas no SIF (Serviço de Inspeção Federal) retraiu 40%, saindo de 253,5 milhões de litros em 2011 para 151,8 milhões de litros em 2021.

O aumento no preço dos combustíveis é outro fator que impactou no cálculo do leite, especialmente no valor do frete. Conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em dois anos de pandemia do coronavírus, os preços dos combustíveis no Brasil ficaram até 60% mais caros para os brasileiros.

A energia elétrica, por sua vez, também aumentou no período mais rigoroso da pandemia. A previsão da CNI (Confederação Nacional da Indústria) é de que o aumento no preço da energia elétrica resultará em uma perda de R$ 14,2 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) em 2022.

Conforme o presidente do Silems, ainda houve no último ano aumento de mais de 100% no valor dos insumos. “Entre eles está o preço dos fertilizantes, também impactados pela guerra da Ucrânia”, destacou.

O inverno mais seco também prejudicou a pastagem e deixou a semente forrageira mais cara, mas também houve aumento no custo da ração através da elevação nas cotações da soja e do milho. Conforme Paulo Fernando Pereira Barbosa, a alta do dólar é outro fator de interferência no preço.

“A indústria está tentando encontrar um patamar de preços equilibrado, em que o produtor seja bem remunerado, a indústria também, mantendo seus investimentos, sem que a população deixe de consumir. No entanto, estamos passando por um período de ajuste de mercado”, finalizou.

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