Publicado em 26/07/2025 às 21:32, Atualizado em 29/07/2025 às 18:40
Os árbitros parecem figuras invisíveis no campo, pelo menos até o momento em que grandes decisões precisam ser tomadas. E é justamente esse o objetivo: segundo o grande árbitro brasileiro Raphael Claus, em entrevista recente, quanto mais passa despercebido nos gramados, mais o juiz cumpriu seu trabalho. Mas, o que está por trás disso? Bom, não há nada fácil na vida desses profissionais. Antes de mais nada, saiba que eles chegam a correr mais que os jogadores em campo.
Eles podem percorrer distâncias de 10 a 12km em uma única partida. Já os atletas ficam na mesma média, fazendo com que o esforço de corrida dos dois sejam bem equivalentes. Mas, se os atletas se preparam tanto para conseguir atingir essa intensidade, como será a rotina dos árbitros? Quais exercícios eles fazem? E quais testes precisam cumprir com maestria?
O caminho de um juiz de futebol até o topo
O torcedor, normalmente, só presta atenção no juiz quando há alguma decisão duvidosa em questão. Mas, os apostadores que fazem seus palpites com operadores de qualidade — listados pela Legalbet no Brasil, que analisa e compara os sites de apostas — provavelmente já observaram as decisões dos árbitros ao apostar em totais de cartões ou faltas. Mesmo assim, poucos param para pensar que por trás desse trabalho discreto existe uma preparação intensa. Antes de um juiz chegar à elite, ele passa por um caminho de muita dedicação e renúncia. Vamos ver o caso dos árbitros brasileiros:
1. Os profissionais de arbitragem começam fazendo cursos nas Federações Estaduais, como, por exemplo, na Federação Paulista de Futebol (FPF);
2. Quando são aprovados, se juntam a cerca de 500 outros profissionais;
3. Desses, cerca de 20 a 25 são indicados para a CBF, subindo um novo degrau;
4. Na sequência, mais um filtro é feito, e 10 podem chegar à CONMBEOL;
5. Depois do último estágio sul-americano, poucos da CONMBEBOL podem chegar à FIFA, que seria o nível máximo de um juiz.
Os testes dos juízes desde a FPF até a FIFA
Por incrível que pareça, até que os testes das Federações Estaduais como a FPF não são tão diferentes dos realizados pela FIFA. Os princípios são os mesmos, geralmente incluindo:
• Um teste principal com 6 sprints de 40 metros. O juiz deve cumprir essa meta em cerca de 6 segundos, com 60 a 90 segundos de intervalo entre eles.
• Um teste intervalado, focado em resistência, com 40 corridas de 75 metros intercaladas com caminhadas de 25 metros.
• Testes de agilidade, mudança de direção e mobilidade geral também podem ser incluídos.
Com critérios bem exigentes, quando os juízes erram 2 vezes nos testes de corrida, são automaticamente reprovados. Sendo assim, ter uma boa capacidade muscular e cardiovascular é fundamental. Não é muito diferente do que é necessário para um jogador.
Os exercícios feitos vão além de só correr — um juiz é outro atleta em campo
Um jogador de futebol pode ter uma velocidade extrema, mas quando não tem outras habilidades mentais, técnicas e físicas, dificilmente ele chega ao topo. E essa é a mesma lógica para os árbitros. Na realidade, mesmo que não sejam feitos testes diretos para algumas habilidades muito específicas, é somente com uma rotina de treinamento bem encaixada que eles podem atingir o nível que a FIFA pede. Vamos entender melhor.
Em suma, o que um juiz de elite precisa é, além de uma grande capacidade de corrida e fôlego, de habilidades muito apuradas de reação, concentração, agilidade, mobilidade e claro, um corpo resistente às lesões. Dessa maneira, sem treinar essas e outras habilidades, ele não consegue chegar a ser um árbitro FIFA. Por isso, outros exercícios também integram o dia a dia deles:
• Exercícios focados em situações reais de jogo, com movimentação entre corredores de campo.
• Treinos de posicionamento e leitura tática, envolvendo simulações ativas.
• Há uma equipe que ajuda a treinar os juízes, envolvendo um grande programa de treinamento com feedback constante.
• Treinos de mudança de direção, mobilidade, corrida lateral, zig-zag em cones e aquela famosa corrida com passadas sobre uma escada deitada no chão fazem parte também. Muitos deles são semelhantes a de jogadores de futebol.
E no dia a dia? Geralmente, os juízes combinam atividades dos tipos acima, mas também podem incluir outros exercícios como natação, ciclismo, treinos em grupo e muito mais. Por fim, o que é muito característico é que vários treinos sejam feitos no próprio campo de futebol. Isso ajuda, logicamente, na adaptação ao cenário real de jogo.
Corpo e mente trabalhando em conjunto
Em tempos de VAR, os árbitros passaram a contar com uma margem maior de segurança para evitar e rever erros. Entretanto, caso não tenham uma excelente atenção e concentração, certamente eles podem influenciar uma partida negativamente, aparecendo mais do que o necessário. Mas, é claro, para estarem tranquilos e eficientes mentalmente, só um corpo bem preparado pode dar o suporte necessário. Por isso, mais uma vez, os árbitros também são atletas em campo.