Publicado em 21/07/2020 às 08:22, Atualizado em 21/07/2020 às 12:25

Brasil testa vacina contra o novo coronavírus a partir desta terça-feira (21)

Nove mil voluntários vão participar de nova etapa da pesquisa

Governo Federal,
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Nove mil voluntários vão participar de nova etapa da pesquisa - Foto: Banco de Imagens

O Brasil inicia nesta terça-feira (21) os testes de uma vacina chinesa contra o novo coronavírus. Nove mil voluntários de cinco estados brasileiros e do Distrito Federal vão participar. Os voluntários são profissionais de saúde que trabalham no atendimento a pacientes com Covid-19. Vinte mil doses do medicamento chegaram a São Paulo nesta segunda-feira (20).

No início do mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a iniciar a fase três dos ensaios clínicos para testar a eficácia e a segurança da vacina chamada Coronavac. Este é o segundo teste da vacina contra o novo coronavírus autorizado pela Anvisa. O primeiro foi ensaio clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, para prevenir a Covid-19.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que há otimismo sobre obter um resultado positivo e rápido em relação à eficácia do medicamento. “Se esse estudo de fato for concluído antes do final desse ano, e é uma expectativa real, poderemos ter essa vacina disponível para a população brasileira já no início do próximo ano”, afirmou.

Se o resultado dos testes for positivo, o Instituto Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, vai receber da Sinovac, até o fim do ano, 60 milhões de doses para distribuição. O Instituto está adaptando uma fábrica para a produção da vacina que poderá começar funcionar no início do próximo ano. A capacidade de fabricação é de cerca de 100 milhões de doses.

Testes

Os testes serão realizados nos voluntários que trabalham em instalações especializadas em Covid-19, em 12 centros de pesquisas seis unidades da federação: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

“Esse estudo clínico deverá ser concluído o mais rapidamente possível. Estamos trabalhando intensamente com esses 12 centros, são centros que estão abertos a partir dessa semana e recrutado ativamente. O fato de existir uma grande procura vai ajudar a incluir esses voluntários muito rapidamente”, disse Dimas Covas.

Os profissionais de saúde voluntários não podem ter sofrido infecção provocada pelo coronavírus e não devem participar de outros estudos. Os testes também não pode ser realizados em gestantes ou mulheres que planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é que não tenham doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.

O profissional de saúde interessado em participar da pesquisa pode ir na página do Instituto Buntantan.

Parceria

No final de junho, o Governo Federal aceitou proposta da embaixada britânica e do presidente do laboratório AstraZeneca de acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para Covid-19.

A vacina é desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, sendo uma das mais promissoras no mundo. No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde.

O acordo prevê a compra de lotes da vacina e a transferência de tecnologia. Se demonstrada eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição da população brasileira.