Publicado em 17/08/2020 às 10:02, Atualizado em 17/08/2020 às 14:06

Covid-19: “Se não quebrarmos a cadeia de contaminação, podemos fechar mês com 400 óbitos”, diz secretário

Alguns hospitais da Capital já estão com 100% de ocupação dos leitos

Subsecretaria de Comunicação,
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Imagem: Saul Schramm

”Se não quebrarmos a cadeia de contaminação, podemos fechar o mês de Agosto com 400 óbitos”, declarou o Secretário de Saúde do Estado de MS, Geraldo Resende, durante a live do boletim estadual do coronavírus . Segundo ele, "O novo normal é mudar de atitude”, e que os próximos 15 dias serão fundamentais para prevenção do vírus.

Demonstrando mais uma vez preocupação com o aumento nos casos da doença em todo o Estado e, principalmente em Campo Grande, o secretário fez um alerta: alguns hospitais da Capital já estão com 100% de ocupação dos leitos de CTI. “Se não adotarmos medidas mais restritivas teremos um cenário muito crítico que ninguém gostaria de ter”, afirmou.

Não opinião de Resende e da médica infectologista Cristine Maymone medidas restritivas são a única saída para prevenir o contágio e a propagação do vírus. Com 125 novos casos, as internações continuam aumentando em Campo Grande. Atualmente 86% dos leitos de UTI na cidade estão ocupados. “Não nos resta mais recursos humanos”, destacou o secretário.

Casos continuam aumentando

Os dados divulgados neste domingo (16) pela SES atestam que foram registrados, em 24 horas, 294 novos casos em todo Estado. As cidades mais afetadas são: Campo Grande+125; Sidrolândia +33; Aquidauana +26; Dourados +17; Nioaque +14; Três Lagoas +13. O total de óbitos registrados de 28, taxa de letalidade considerada bastante alta, segundo a médica Cristine Maymone.

Além das seis cidades mais afetadas, o controle do vírus nas aldeias indígenas e nas microrregiões de Corumbá é motivo de grande apreensão por parte da Secretaria. No caso dos indígenas a taxa de mortalidade é de 1,7.

Em sua fala na live deste domingo, o secretário foi enfático ao dizer que não entende a recusa das pessoas em seguir as regras. “Penso que a maioria acredita que só pobres, idosos e indígenas são contaminados”, declarou, reclamando também das inúmeras notificações de festas e grandes reuniões em condomínios de luxo na Capital. “A média de casos na última semana subiu para 785 e não 294 como foi divulgado”, afirma.

“São 107 mil óbitos no Brasil e 7,161 em Mato Grosso do Sul, são vidas que se foram e deixaram de contar suas histórias. Não podemos ficar imunes à isto”, reflete o secretário que também fez um apelo aos demais secretários de saúde dos municípios para promovam uma força-tarefa na divulgação dos dados.

Para Cristine Maymone, o número de 36,836 mil casos confirmados em Mato Grosso do Sul é algo impensável. A médica reforçou que as medidas de higiene e isolamento social são imprescindíveis. “E fiquem em casa se puderem”. A doença, segundo ela, é uma triste realidade que se impõe neste momento. “Vamos evitar reuniões sociais, almoços de domingo e, usem máscaras”, reforçou.

Geraldo Rezende fez um apelo contundente para que as pessoas olhem o outro como seu igual. “É preciso respeitar a vida de todos”, diz. Se não houver uma conscientização massiva entre os cidadãos sul-mato-grossenses e principalmente dos campo-grandenses, a situação só tende a piorar. “Cada óbito será debitado em nossa conta”, reclamou o secretário.