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IFMS Nova Andradina - Projeto de ensino debate a questão racial no Brasil

Voltado aos estudantes da unidade, iniciativa teve atividades virtuais com a participação de diversos especialistas no assunto

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Imagem: Reprodução

O Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) encerrou na quinta-feira, 10, o projeto interdisciplinar de ensino “EnegreSendo saberes: diálogos que importam”. Realizada de forma virtual, a iniciativa buscou propor reflexões e debates sobre a questão racial, sob diferentes pontos de vista.

Participaram do projeto 88 estudantes dos cursos ofertados pela unidade, além de professores de disciplinas como Matemática, Sociologia, Química, Informática e Inglês, além de convidados de outros campi e instituições.

As atividades se iniciaram em outubro. No total, foram realizados oito encontros virtuais que abordaram diversas temas relacionados ao assunto, como identidade negra, cotas raciais, necropolítica, literatura africana, religiões afro-brasileiras, experiências negras na tecnologia da informação e arte africana, entre outros.

A idealizadora do projeto, Marcela dos Santos, docente de Línguas Portuguesa e Inglesa, explica que a iniciativa surgiu da necessidade de levar os estudantes a discutir questões raciais presentes na sociedade brasileira. “Buscamos, por meio do projeto, quebrar alguns paradigmas e ideias preconceituosas que muitos trazem em relação à cultura negra”.

Além de professores do próprio IFMS, as atividades virtuais contaram com a presença de convidados externos como a docente do Instituto Federal Baiano (IFBA), Nelma de Mattos, e o advogado e presidente do Conselho de Igualdade Racial de Maringá (PR), Maurício Domingos.

“A adesão dos estudantes foi maior do que a esperada. É notável o interesse em conhecer mais sobre as questões étnico-raciais e assim contribuir para uma sociedade antirracista”, destaca Marcela.

Luta antrirracista – O projeto é uma oportunidade para fortalecer a inclusão e formação de cidadãos no IFMS, observando as desigualdades, sobre as quais se assentam a sociedade brasileira, originárias da colonização e da escravidão.

“O racismo lançou sobre o país uma sequela de exclusão que atinge a uma maioria de brasileiros. E a educação tem o poder de disseminar informações, estabelecer procedimentos críticos diante das realidades, moldar atitudes e valores e construir novos caminhos para um conhecimento mais justo e igualitário, solidário com as diversidades inerentes ao sujeito”, ressalta Nelma, que em sua participação abordou o tema “Arte e africanidades: compreendendo imagens”.

O projeto tem permitido que os estudantes se aprofundem em temas que dizem ao respeito ao seu cotidiano. Lauane Santos, 15, é aluna do 2° semestre do curso técnico integrado em Informática e acompanha de perto a iniciativa como monitora voluntária das atividades.

“É gratificante ouvir os palestrantes sobre seus conhecimentos e vivências. Todos os temas abordados geraram grande interesse em mim, especialmente representatividade, necropolítica, literatura africana e a necessidade de valorização da arte negra. Nunca consegui me aprofundar neles, o que é possível agora graças ao projeto”, comenta.

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