Publicado em 09/05/2025 às 08:52, Atualizado em 09/05/2025 às 11:56

Nova Andradina perde protagonismo político no Vale do Ivinhema diante da ascensão de municípios menores

José Portela , Redação Nova News
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Imagem: Arquivo Nova News

Maior município do Vale do Ivinhema, Nova Andradina já foi protagonista indiscutível nas decisões políticas da região. No início dos anos 2000 e 2010, a cidade era peça-chave em eleições para o Governo do Estado. Seu apoio era cortejado por candidatos e partidos, com influência decisiva nos palanques regionais. Hoje, os sinais apontam para outros caminhos.

Desde 2020, o protagonismo da cidade vem sendo desafiado por líderes de municípios menores. A nova configuração política regional aponta para uma descentralização de influência, com destaque para Bataguassu, Ivinhema e Batayporã.

Em Bataguassu, o deputado estadual Pedro Caravina (PSDB) articulou a instalação de uma fábrica de celulose com investimento superior a R\$ 16 bilhões. A iniciativa deverá transformar a cidade em um polo de desenvolvimento industrial, fortalecendo seu peso político no cenário estadual.

Já em Ivinhema, o prefeito Juliano Ferro (PSDB), conhecido como “o prefeito mais louco do Brasil”, vem acumulando capital político com altos índices de aprovação e forte presença nas redes sociais. Reeleito em 2020 com 81,29% dos votos, Ferro tem 956 mil seguidores no Instagram e 486 mil no TikTok. Em número de seguidores, é o terceiro prefeito mais popular do Brasil, atrás apenas dos prefeitos de Recife (PE) e Sorocaba (SP). O prefeito já manifestou, inclusive, interesse em disputar o governo estadual.

Batayporã, por sua vez, desponta pela gestão fiscal eficiente e por avanços concretos em infraestrutura. Reeleito em 2024, o prefeito Germino Roz (PSDB) acumulou conquistas relevantes mesmo com orçamento inferior ao de Nova Andradina, Ivinhema e Bataguassu. Conseguiu investimento de R$ 25 milhões para resolver um problema histórico de escoamento de águas na Lagoa do Sapo e lançou um pacote de medidas com reajustes salariais e aumento de auxílios, superando cidades mais ricas da região.

Em 2021, Roz também enfrentou um impasse que travava o acesso a recursos federais: a Prefeitura devia mais de R$ 14 milhões ao INSS e estava impedida de obter a certidão do CAUC, necessária para convênios com a União. A administração agiu rapidamente para quitar os débitos e destravar emendas parlamentares, aquisição de máquinas e envio de ônibus escolares.

Os resultados dessa gestão já são reconhecidos. Batayporã recebeu nota máxima (A) na Capacidade de Pagamento (CAPAG) do Tesouro Nacional, condição que permite ao município contratar operações de crédito com garantia da União. Em 2024, a cidade ainda superou Nova Andradina em um ranking estadual de eficiência no uso de recursos públicos. Ficou em 12º lugar geral entre os 79 municípios de Mato Grosso do Sul no Ranking de Eficiência dos Municípios (REM-F), criado pela Folha de S. Paulo e Datafolha.

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