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"A economia, a covid-19 e a tensão", por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo/Nova News

Paira no ar um clima excruciante, motivado por diversos fatores de natureza negativa.

Milhares de pessoas já perderam suas vidas e já não estão entre nós para saber como vai terminar essa fase difícil pela qual passa nosso País. Vitimas que se foram, mas ficaram seus familiares e amigos com a dor e a saudade.

Paira no ar um clima de incertezas e é bobagem pensar que tudo será resolvido em poucos dias. O que se vê a cada instante são manchetes de jornais que nos deixa boquiabertos. Exemplo: “ dois em cada três pacientes intubados em TUIs morrem no Brasil”. “União não usa 80 Bi de verba da Saúde contra a Covid em 2020”. “ Em 2020, o Ministério da Saúde financiava 12.003 leitos de UTIs, mas em fevereiro de 2021 só financiou 3.187”. É uma amostra, uma triste amostra das manchetes que povoam os meios de comunicação.

Quanto a diminuição no financiamento dos leitos de UTIs, alguns governadores foram ao STF, e, em decisão liminar a Ministra Rosa Weber mandou o Governo retomar imediatamente o financiamento dos leitos. Diz um parágrafo da decisão da Ministra: “ É de se exigir do Governo Federal que suas ações sejam respaldadas por critérios técnicos e científicos, e que sejam implementadas as políticas públicas a partir de atos administrativos lógicos e coerente. E não é lógico nem coerente, ou cientificamente defensável, a diminuição do número de leitos de UTIs em um momento desafiador da pandemia, justamente quando constatado um incremento das mortes e das internações hospitalares. Rosa Weber”.

Paira no ar certa melancolia ao ver a lentidão na vacinação pelo País a fora. Ao olhar a fila, sabe-se com inequívoca certeza que sua vez vai demorar “uma vida de urubu” para chegar.

No entanto, a triste realidade da pandemia, promoveu um efeito guarda-chuva, trazendo outras preocupações não menos graves: Desemprego. Alta nos preços, veja o caso da gasolina, Jesus, Maria e José.

A dívida pública federal subiu, em termos nominais, 3,66% passando de 4,638 trilhões para 4,788 trilhões. Já o superávit primário aponta um rombo expressivo de 857,7 bilhões, equivalente a 11,9% do PIB.

O estilo liberal do Ministro da Economia Paulo Guedes, digo, o “Posto Ipiranga” não consegue convencer, não consegue aprovar reformas e ainda esconde a inflação real, pois não convence ninguém que com tantas altas de preço a inflação permanece quase estática, em uma bolha misteriosa.

Outro viés desta nuvem negra é a militarização do Governo. Um Governo civil, eleito democraticamente, mas dominado por Generais em quase sua totalidade. São raros os cargos importantes que não são ocupados por Generais. Inúmeros analistas políticos demonstram largas preocupações com o futuro, pois, não se sabe a reação das forças armadas, caso o atual Presidente não consiga se reeleger.

Por outro lado, o Congresso Nacional, sob nova direção nas duas casas, impõem o “ritmo centrão” de legislar, depois da “conversão” do Presidente as liturgias impostas por estes Parlamentares para garantir a governabilidade.

Por fim.

A economia: não anda bem.

A Covid-19: está matando impiedosamente.

A tensão: é efetivamente muito grande.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista

elizeumuchon@hotmail.com

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