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“A morte da direita brasileira”, por Maikon Lopes

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Foto: Arquivo Pessoal

Maikon Lopes, acadêmico do curso de Direito da Finan-UNIESP

(membro do GEDHU – Grupo de Estudos dos Direitos Humanos)

Desde o golpe de 2016 contra a presidenta eleita Dilma Rousseff o que era a direita e chegou ao segundo turno representado pelo PSDB começou a morrer, restando algo chamado de centrão. Com a queda de popularidade do governo Dilma os políticos brasileiros começaram a flertar com o golpe, desceram de cima do muro e começaram a se intitular de direita; direita essa que, acredite se quiser, se intitulava liberal e conservadora. Aqui temos que entender os dois pontos desse liberalismo tupiniquim; liberal na economia, ou seja, o Estado só para eles e conservador nos costumes, como por exemplo, reacionarismo nas pautas sobre aborto, ateísmo, questões raciais e de gênero, etc. Trata-se do que o sociólogo Jesse Souza chama de “elite do atraso”.

Com a ida de Jair Messias Bolsonaro para o segundo turno das eleições presidenciais no ano de 2018 grande parte dos políticos e a maior parte do eleitorado (falo aqui do eleitorado que não votou branco ou nulo) abraçou a campanha desse político e a sua maneira de fazer política, sem entrar aqui nos méritos dessa forma obscura, mesmo porque o candidato nem partido tinha e vinha de trinta anos de deputado na ALERJ sem ter apresentado nenhum projeto e ainda colocado todos os filhos e parentes no mundo da política carioca.

Como bem sabemos esse político ganhou as eleições não por ser a melhor opção, mas por ser "a única" opção contra a esquerda, não ganhou por ser inteligente, muito pelo contrário, dizia durante a campanha não entender de economia, saúde, administração, revelando o seu completo despreparo para o mais alto cargo da nação.

Contudo, prometeu que iria deixar seus ministros trabalhar como quisessem, ou seja, assinando sua declaração de inepto. Assim, cada ministro deveria ser um mini presidente, dado que o próprio, já dissera que era um incapaz. Cada um com seus departamentos. Sem intromissão dele ou qualquer outra pessoa ou órgão. (Mandeta, Moro e Teich que o digam).

Da posse do presidente até os dias de hoje o que não faltou foi ações que fizeram apoiadores do mesmo se arrepender de o terem apoiado, teve de um tudo, desde querer transformar filho em Embaixador dos EUA, até um secretário especial de cultura plagiar discurso nazista. Houve crime de advocacia administrativa para proteger um filho (o que resultou na demissão do seu maior ministro, até pessoas urinando na cara de pessoas (também conhecido como Golden Shower).

Desde então, todos que estão se dando conta da situação em que se meteram estão pulando fora desse barco sem almirante, e o grosso dos apoiadores dele (conhecidos popularmente como bolsominions) se vale das redes antissociais para chamar esses "desertores" de: esquerdistas, petistas, comunistas, etc.

Mas afinal, Moro, Mandeta, Teich e outros milhões de eleitores dele são mesmo isso? A resposta é evidente! Não.

Mas ao que me parece é que a direita à brasileira morreu! Parece-me que atualmente só existem duas vertentes políticas em atuação, uma do lado dito "esquerdista" e outra uma coisa radical ou "bolsonarista", se acaso alguém se posicione contra Bolsonaro, logo é acusado severamente de esquerdista, petralha, ou de comunista (vai pra Cuba!). Ao que tudo tem revelado nesse cenário caótico de agressões, de antidiálogo, de extrema violência, inclusive tem muitos ditos apoiadores do presidente defendendo abertamente uma ditadura militar, um autogolpe, o fechamento do Congresso, a dissolução do STF, a prisão de deputados e senadores, e pasmem!! A morte dos jornalistas. Tais apoiadores andam armados, revelando o desprezo pelo Estado social de direito, pela Constituição e pelas forças de segurança pública.

Diante do acima exposto e do obscuro cenário político em que o país se se encontra penso que é pertinente se perguntar ou até mesmo afirmar que a direita no Brasil está morta e o que ficou no lugar dela foi os escombros, os tijolos derrubados de algo parecido com as destruições de um pós Guerra.

Assim, à direita ao apoiar esse tipo de figura, esse tipo escuso de fazer política jogou sua pequena biografia na lata do lixo da história.

A direita está tão morta que é incapaz de fazer uma autocritica, de se posicionar firmemente a favor da humanidade e contra a barbárie que esse sujeito amante da tortura representa. Se acaso, ainda existe alguma direita no cenário politico, ela se faz pequena, covarde, omissa e não merece nenhum voto. O problema é que essa direita natimorta ressurge das cinzas nas eleições e ainda faz algum político com base nas velhas práticas coronelistas e clientelistas com compras de votos, doação de cargos, fazendo do Estado seus cabides de emprego e se apropriando da justiça (vide o TRF 4 de Curitiba a serviço do protofascismo e na perseguição da dita esquerda brasileira).

Por fim, o cenário atual se revela desolador para a direita brasileira que se vê completamente de mãos atadas ao protofascismo que ajudou a colocar no poder e agora corrói as bases da democracia atentando diuturnamente contra o Estado de bem estar social, contra o Estado de direito social. A direita tem que conviver com um sujeito que colocou no poder e que ameaça dar um autogolpe militar e assim acabar com as práticas democráticas de eleição e assim ver seu projeto de poder político morto, como aconteceu ao apoiar o golpe militar em 1964. Parece que à direita brasileira a História nada ensinou!

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