Publicado em 23/03/2021 às 15:33, Atualizado em 23/03/2021 às 19:37

"As aulas remotas e a qualidade do ensino", por Elizeu Gonçalves Muchon

Elizeu Gonçalves Muchon ,
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Imagem: Divulgação

Tenho conversado com Diretores, Coordenares e professores sobre a aprendizagem dos alunos em tempos de pandemia. Os profissionais da educação, estão todos preocupados e fazendo tudo que podem para que os estudantes não sejam tão prejudicados, no entanto, é muito difícil e desgastante essa dinâmica que, na prática não funcional.

O Conselho Nacional de Educação, determinou diretrizes a cada etapa para as escolas aplicarem o ensino remoto e garantir a qualidade de ensino durante a pandemia.

Acontece que as escolas não estão totalmente integradas às novas práticas de ensino proporcionadas pela tecnologia. Não tem as ferramentas básicas e treinamentos específicos.

Nada substitui a presença do professor, complementa, mas não substitui.

Para se ter uma noção, em tempos normais, com aulas presenciais, nosso sistema de ensino está muito longe, por exemplo, de conseguir alfabetizar nossas crianças até os oito anos de idade e, por consequência, carregamos o fardo de um baixo desempenho no IDEB.

O resultado da Prova Brasil, que avalia alunos da educação básica, tem constatado que nosso ensino público é ruim, desigual e estagnado.

Outro sinal evidente do despreparo são milhares de notas zero na redação do ENEM.

Neste sentido, é extremamente preocupante saber que não estamos tendo aulas presenciais e não se sabe quando vamos ter. O que está ruim, desigual e estagnado, por obvio vai piorar ainda mais.

É um desafio do tamanho do Brasil e tudo indica que serão preciso décadas para melhorar a qualidade de nossa educação básica.

Nesse aspecto, resta saber quando nossos professores terão acesso a vacina. Se o Governo tivesse um olhar de interesse pela educação, certamente já havia vacinado os profissionais da educação. Já teria oferecido uma alternativa no mínimo mitigatória para solucionar um dos maiores gargalos desta pandemia, que paralisou a educação que já é fraca.

Governadores e prefeitos fazem o que podem para resolver as consequências da pandemia, haja vista que não há um comando nacional diante do problema majorado todos os dias. A questão educacional é mais um dos inúmeros problemas sociais do País.

Todos os dias morrem milhares de pessoas e nosso sistema de ensino, também admoestado, morre aos poucos e mata as esperanças de um futuro promissor ao País do futuro, eternamente do futuro que nunca chega.

... Somente por meio da educação, ciência e tecnologia, vamos ser uma nação forte, independente e menos desigual. (Porém esqueceram de avisar nossos governantes).

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista

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