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“Declaração do imposto de renda. Um baita roubo”, por Elizeu Gonçalves Muchon

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Elizeu Gonçalves Muchon - Foto: Divulgação

Pensar que o Brasil está entre os países com maior taxa tributária do mundo, com o pior retorno para o cidadão e ainda ter que pagar imposto sobre a renda, na maioria dos casos retida na fonte, é algo no mínimo revoltante.

Todos os anos, no mês de março, quando começo juntar a papelada para o contador fazer minha declaração, deveras fico muito revoltado.

Para se ter uma ideia, a tabela de imposto de rende está desatualizada desde de abril de 2.015. Do ponto de vista econômico isso pode ser comparado a um século de retrocesso e prejuízo ao cidadão.

Tabela atual:

De 1.903,00 a 2.826,65 – 7,5%

De 2.826,66 a 3.751,05 - 15%

De 3.751,06 a 4.664,68 - 22,5%

Acima de 4.664,68 - 27,5%

Estamos falando de um País onde a carga tributária total passa e muito dos 40%. Estamos falando de um País, que em 1.789, TIRADENTES protestou contra o quinto, ou seja 20% de impostos que a Coroa portuguesa determinou para ser cobrado dos brasileiros. Pode-se dizer o quinto dos infernos. Hoje, mais de dois quintos (dos infernos), são tirados do coro das costas do cidadão. O protesto de Tiradentes, custou-lhe o pescoço.

Assim fico pensando e acabo encontrando explicações, porque não se ensina educação financeira nas escolas.

O cidadão – principalmente os pobres – não sabe se o PIB (Produto Interno Bruto) está bom. Ou como o preço do Dólar afeta o cotidiano de cada um. O tal do câmbio flutuante é algo indecifrável para maioria. O cálculo da inflação é mistério de uma matemática onde dois mais dois são três.

Os bancos não querem que as pessoas tenham educação financeira, evidentemente para cobrar juros no cartão e cheque especial, em níveis exorbitantes.

A maioria que tem cartão de crédito é da classe baixa. Não raro, acabam afundando em dívidas para o deleite dos banqueiros.

Não se ensina educação financeira nas escolas. A matemática não é usada para a prática no dia a dia em benefício da vida financeira de cada um. Por exemplo, grande parte da população não sabe que a tabela de imposto de rende não é corrigida desde 2.015. A continuar assim, quem recebe um salário mínimo terá, em breve que pagar imposto de renda retido na fonte.

A lambança continua e a fábrica de impostos funciona sem parar. São quase seis meses de trabalho para pagar impostos. As riquezas, no entanto, não são tributadas, já o pobre não tem para onde correr. São tributados e até bi tributados, ao pagar os impostos embutidos nas mercadorias e serviços, e pra fechar a maldita conta ainda tem que pagar imposto de rende retido na fonte. É assim que banda toca. Para não entrar em parafuso, quero crer que as próximas horas serão as mais importantes de minha vida.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista

[email protected]

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