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"Governo corre atrás da própria sombra", por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo Pessoal

O Supremo, a CPI da Covid e o Congresso Nacional. São os fantasmas que perseguem Bolsonaro. Se é certo ou justo, cabe a análise de cada cidadão.

Uma coisa é certa, não é necessário muito esforço argumentativo para demonstrar o conflito entre o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal.

É rara a semana em que a Suprema Corte não interfere nas atribuições do Executivo Federal.

A mais recente interferência ficou por conta do Ministro Marco Aurélio, que em decisão monocrática ordenou que o Governo realize o senso 2.021.

Há de se saber, que o Governo Federal já havia avisado que não realizaria a pesquisa (senso), por falta de recursos e por falta de previsão orçamentária, corte esse, feito pelo congresso Nacional ao aprovar o orçamento.

Todavia, neste momento, o que mais preocupa o Governo é a CPI da Covid.

Na CPI, o Governo tem minoria entre os 11 Senadores que compõem a Comissão. Para ser mais preciso, conta com apenas 4 Senadores.

Por esta razão, o Governo corre atrás da própria sombra, tentando fortalecer suas argumentações inerentes a condução da crise da pandemia.

O Relator da CPI, Senador Renan Calheiros, não está calibrando seu discurso e promete, junto com o Senador Randolfe Rodrigues, não deixar pedra sobre pedra nessa investigação.

Por sua vez, o Governo, é claro, ante a acidez de Renan, tenta, tardiamente, abrir um canal de negociação com o Senador, para tentar amenizar o desgaste perante a sociedade, que já contabiliza cerca de 400 mil mortes.

Ou seja, o Governo agiu de forma amadora, desdenhou a CPI, atrasou nas articulações e perdeu totalmente o controle na condução dos trabalhos, agora, corre atrás da própria sombra tentando evitar o inevitável.

Comparando a uma partida de futebol, nesse início de jogo, o STF e o Congresso (CPI), esmagam o Palácio do Planalto. O Planalto tenta reagir e, se não encontrarem nada grave envolvendo diretamente o Presidente, saibam que ele sairá fortalecido, é esperar para ver, pois no momento ele busca alternativas para mover as pedras no xadrez político, sabendo, no entanto que muitas coisas precisam ser explicadas na condução da Pandemia. O jogo só está começando. Quem tem tinta na caneta, se souber usar, faz milagre acontecer.

Elizeu Gonçalves Muchon Professor e Jornalista.

elizeumuchon@hotmail.com

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