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Natural de Batayporã, professor de Campo Grande lança hit folk para curar as dores da covid

"Eu Vi a Morte" é o novo single do projeto de música autoral de Volmir Cardoso que mescla poesia à crítica social, isso por meio da tradição no folk

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Volmir Cardoso nasceu em Batayporã e atua como professor na UFMS de Campo Grande - Imagem: Arquivo Pessoal

Professor de literatura no curso de Letras da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Volmir Cardoso, 36 anos, natural de Batayporã, resolveu colocar para fora todos os sentimentos ruins que vinha acumulando em razão da pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, escreveu poesias, musicou e agora lança seu primeiro single de estreia. A canção "Eu Vi a Morte (sobre pandemia e outros males)" reflete sobre as relações sociais em tempos marcados de dor e ódio, além da descrença no conhecimento científico.

Embora não se considere músico profissional – "estou mais para o popular, o de final de semana", brinca – ele vem compondo há pelo menos 10 anos músicas no gênero folk. Gravando em sua própria casa no Jardim Imá, o lançamento de agora faz parte do projeto autoral e aberto Os Fazendeiros do Ar, homenagem ao livro de mesmo nome escrito em 1954 por Carlos Drummond de Andrade.

"Eu já tinha o sonho de juntar as composições que venho fazendo em um só projeto, mas principalmente gravá-las e perfomá-las. Diante das dificuldades da pandemia, fui parar nas redes sociais, onde contei com ajuda de parceiros para este primeiro lançamento", explica.

Segundo Volmir, tudo relacionado a "Eu Vi a Morte" teve que ser feito à distância. "Improvisei equipamentos no escritório de casa e pude contar com a ajuda de Pedro Fattori, do Duo Vozmecê, na produção não-presencial, que inseriu os arranjos de violino do músico Mateus Ortiz", diz.

No clipe, Volmir utilizou imagens do pintor espanhol Francisco de Goya e da Grande Depressão estadunidense para dialogar com o sentimento de tristeza e desunião que ele trouxe à canção.

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"Escrevi bem no meio da pandemia, entre junho e julho de 2020, momento em que muita gente estava a morrer pela covid. Na política, presenciei com lamento o retorno dos discursos antidemocráticos, que eu considero completamente irracionais. Ainda, a superficialidade dos contatos virtuais mesclaram-se com a questão da saúde pública, uma confusão sem tamanho", observou.

Natural de Batayporã, como já informado, Volmir sempre foi influenciado por nomes como Bob Dylan, Simon & Garfunkel, Bruce Springsteen, Belchior, Renato Teixeira, Geraldo Roca e muitos outros. Quando jovem, participou das bancas e "brincava" de ser músico – mas a vida seguir outro rumo. Agora, em Campo Grande, seu trabalho autoral aproxima a simplicidade do folk com reivindicação e protesto, além de se apropriar elementos da literatura que tanto gosta.

"Como já falava Belchior, é possível sim ser poeta e ainda se comunicar por meio da canção. É uma perspectiva que insiro nas minhas músicas, onde por 3-4 acordes consigo expressar minha mensagem e que, espero eu, possa tocar as pessoas", finaliza. (Matéria publicada originalmente pelo Campo Grande News).

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