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“O talento assusta,” por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Divulgação

Quando se trata da realidade brasileira, existe uma enorme falta de princípios para que sejam mais eficazes na descoberta e reconhecimento de novos talentos, nas mais vaiadas áreas de atuação, por exemplo, do esporte à política e tudo mais.

A falta de investimentos em educação, ciências e tecnologia, aliados a inveja e falta de boas condições intrínsecas de aceitação, dificulta a ascensão de mentes e físicos privilegiados. É gritante a dificultada na quebra de paradigmas.

Entretanto, esse fenômeno não é demérito apenas do Brasil. Sobretudo a inveja, pois o talento de alguém assusta seus “oponentes”.

Um dos maiores talentos da política mundial, o Ex-Primeiro-Ministro do Reino Unido, Winston Churchill, ao estrear na política como parlamentar na Câmara dos Comuns, pediu a opinião a um veterano da casa sobre seu discurso de estreia. Respondeu o veterano: “meu jovem você cometeu um grande erro. Foi demasiado brilhante em seu primeiro discurso. Isso é imperdoável. Deveria ter iniciado mais na sobra, gaguejando um pouco. Com a inteligência que demonstrou, deve ter conquistado hoje, no mínimo uns 30 inimigos.”

Voltando para o senário da política brasileira, é absolutamente necessário lembrar, que o Imperador D. Pedro II, um ilustre brasileiro com ideias parlamentaristas, arquitetava democratizar a Monarquia com uma possível mudança para o parlamentarismo.

Seu talento e suas intensões foram confrontados pela oligarquia da época. Essa oligarquia constituída pelos produtores rurais de Minas e São Paulo, patrocinou as Forças Armadas a Proclamar a República (oligárquica). Em outras palavras, foi um golpe militar que depôs uma família honrada.

De lá para cá, prevalece às conveniências e os interesses dos grupos predominantes. Quando suje um talento fora desses interesses, logo cuidam de afundá-lo, destruí-lo. É uma espécie de inveja coletiva e medo de perder o controle do poder.

O exemplo mais recente foi o sepultamento da Operação Lava Jato. Curiosamente atacada pelo próprio Judiciário (STF), com medo de perder o protagonismo, já que essa instituição é composta por membros indicados pelo Poder Executivo com a chancela do Senado.

Embora esse seja um assunto requentado, é bom lembrar que parte da sociedade, incluindo jurista como Modesto Carvalhosa, entende ter havido um complô entre os três poderes para se jogar a última pá de cal em um movimento (que pode até ter cometido excessos), mas deu momentaneamente uma esperança de moralização ao país, porém, o talento das pessoas envolvidas, assustou as estruturas do poder brasileiro, totalmente chafurdado na corrupção que envolve a canalhice de empresários e os Poderes constituídos.

Portanto, se você é um talento – gênio ou não – se prepare para enfrentar uma oposição natural em seu local de trabalho, em sua causa, em seus projetos. Contudo, o exemplo de Winston Churchill, demonstra que é possível enfrentar as diversidades e colocar em prática seus projetos.

Churchill chegou a Primeiro Ministro por duas vezes e de quebra ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e a cidadania honorária dos Estados Unidos.

Essa reflexão, nesse momento em que comemoramos (15/11) a Proclamação da República Federativa Presidencialista do Brasil. Um “levante político-militar ocorrido em 15/11/1.889, dando cabo a Monarquia Brasileira, é de veras oportuna para analisar tudo o que está acontecendo no Brasil, em tempos de informações instantâneas, confiáveis ou não.

O povo brasileiro é um povo de extraordinário talento e criatividade, todavia, vive sufocado pelo sistema e pela estrutura administrativa implantada no Brasil, sobretudo no período republicano, um sistema com DNA genuinamente oligárquico, sedento de arrecadação por meio de uma estrutura tributária perversa, que privilegia as classes dominantes em detrimento das minorias e da base da pirâmide social.

Salve o Brasil e seus talentos. Salve a Democracia brasileira.

Elizeu Gonçalves muchon

elizeumuchon@hotmail.com

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