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“Onde tem fumaça nem sempre tem fogo,” por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo Pessoal

Penso que o Presidente Bolsonaro deu sim uma demonstração de força com as mobilizações de 7 de setembro. Entretanto, os atos não tiveram nenhuma efetividade. Não houve golpe, não foi bem visto pelo “centrão”, (que ainda garante certa governabilidade ao Presidente), e tudo ficou como antes no Quartel de Abrantes. Parte dos manifestantes saíram decepcionados de Brasília, esperavam mais do Presidente.

São três os aspectos a serem analisados. O primeiro é do ponto de vista de militância política. Neste aspecto, ficou evidente que Bolsonaro conta com uma respeitada militância e continua no jogo político.

O segundo é sobre o acirramento no confronto com o STF, demonstrando uma profunda crise institucional que poderá causar graves consequências ao Presidente. (Amenizado com a carta redigida por Michel Temer).

O terceiro é uma questão macroeconômica que pesa muito no cotidiano dos brasileiros, pois o País vive um cenário desafiador com crise hídrica, inflação em alta, desemprego, além da investigação do STF que recai sobre o Presidente, espantando os investidores e gerando desconfiança no meio empresarial, sobretudo no setor industrial.

No episódio de 07 de setembro, caracterizamos um caso típico de que “onde tem fumaça nem sempre tem fogo,” visto que, os organizadores prometiam ao inverso: “se tem fumaça tem fogo, e se tem fogo sempre aparece um para jogar gasolina”.

De toda forma, no excesso todo mundo perde. Perdem as instituições e perde o povo. Cabe, evidentemente as autoridades serem mais moderadas e resolverem os problemas dentro da lei. Porém o STF tem passado dos limites, assim como Bolsonaro.

Já os membros do Poder Legislativo, tanto Senado como a Câmara, não tem muita moral para pedir o impeachment do Presidente. Muitas vezes, o Legislativo não faz o seu papel e deixa espaço para o Judiciário “legislar”. É uma tremenda falta de respeito o que está acontecendo no âmbito dos três poderes, contudo, quem mais avança o sinal é o Judiciário (STF).

Cabe ao STF julgar recursos de sentenças dadas por Juízes de primeira instância e outros tribunais. Cabe também julgar autoridades com fórum privilegiado garantido pela constituição. Todavia, o que se vê hoje são Ministros decretando prisão preventiva de pessoas comuns que deveria ser julgada por juiz primário. Em outas palavras, uma lambança e uma distorção nos ritos processuais.

Bolsonaro passou dos limites, STF abusa do poder e Congresso Nacional é omisso. É assim que a banda toca.

Quem está de parabéns é o povo brasileiro, que foi as ruas de forma pacífica e democrática. Se havia uma causa determinada para tal, isso é outra questão, mas foram para as ruas (a favor e contra), respeitaram as leis, não cometeram violências e se comportaram como gente civilizada.

O que vai acontecer daqui para frente, isso são cenas dos próximos capítulos da história contemporânea de nosso Brasil varonil.

Elizeu Gonçalves Muchon.

elizeumuchon@hotmail.com

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