Publicado em 06/04/2020 às 20:28, Atualizado em 07/04/2020 às 00:33

“Tudo vai dar certo,” por Elizeu Gonçalves Muchon

Elizeu Gonçalves Muchon ,
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Foto: Divulgação

Eu havia preparado outro texto, alheio ao assunto da pandemia do Coronavírus. Até tendei mudar, mas o tema é tão recorrente que quando percebi já estava escrevendo sobre esse maldito vírus, que está assustando o Brasil e o mundo.

Tenho aqui na minha cabeça a imagem das cidades vazias, ermas, desertas. Tenho aqui igualmente a imagem da desagregação social, de um mundo real e uma melancolia que vai desde os depoimentos emocionado das pessoas que se curaram, até as imagens cruéis mostradas na TV, da alta movimentação, por exemplo, no Cemitério da Vila Formosa em São Paulo, o maior da América Latina, onde diversos coveiros preparavam dezenas de covas, sendo ocupadas por vítimas do COVID – 19 e também vítimas de outras doenças, afinal, infelizmente, as demais doenças continuam vitimando as pessoas.

Essas imagens dão uma visão do fim do mundo mostradas nas séries e filmes, aproximando a ficção apocalíptica de uma realidade cruel.

No entanto, há uma discussão acirrada sobre os impactos das medidas de prevenção ao vírus com a economia do país.

Quem tem razão? Aqueles que se apoiam na visão científica, ou os que defendem a economia, mesmo com riscos de morrer? Tem opinião para todos os gostos.

O importante, no entanto, é que essa discussão seja madura, equilibrada e pautado no bom censo. Fato é que estamos vivendo momentos de grande incerteza e angústias, diante de uma crise econômica e de saúde mundial sem precedente. Essa crise testa nossa capacidade de trabalhar juntos, em equipe, sem carbonizar ou desqualificar as orientações técnicas, mesmo porque estamos vivendo uma experiência nova no mundo inteiro, representada por essa pandemia.

Não dá para deixar de levar em conta que estamos, efetivamente diante de um “evento” de magnitude suficiente para que o temor atávico de “possível” destruição tanto por meio de mortes, como por uma profunda recessão.

Mais do que nunca é necessário construir um lastro de firmeza psicológica, com otimismo e muita fé para que, a cada momento possamos acreditar, de veras, que tudo vai dar certo.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista

elizeumuchon@hotmail.com