Buscar

Cresce venda de imóveis por meio de leilões

Cerca de 275 mil imóveis foram arrematados por meio da modalidade no ano passado, aponta pesquisa

A compra de imóveis por meio de leilões vem ganhando força no Brasil. Dados da Associação Brasileira dos Arrematantes de Imóveis (Abraim) mostram que, apenas em 2024, o número de propriedades negociadas por esse sistema aumentou 24%. Ao todo, foram 275 mil imóveis vendidos, movimentando cerca de R$ 200 bilhões.

O formato pode propiciar até 60% de desconto em relação aos valores de mercado, conforme o Jusbrasil, e tem atraído não só investidores, mas também quem está em busca da casa própria ou de oportunidades para construir patrimônio.

Segundo um levantamento realizado pela Zuk, plataforma de leilão de imóveis, entre aqueles que compraram imóveis em leilões entre janeiro e novembro do ano passado, 47% tinham como objetivo o uso próprio do imóvel ou uma combinação entre moradia e investimento.

A pesquisa revela, ainda, que sete a cada dez arrematantes tinham entre 31 e 50 anos, pertencentes às gerações Millennial e X. Além disso, 93% das compras foram realizadas por pessoas físicas, sendo 54% casadas ou em união estável.

Apesar da expansão, a taxa de imóveis arrematados em 2024 ainda representa uma pequena parcela (12,6%) dos que foram disponibilizados, conforme explicou à imprensa o presidente da Abraim, Gustavo Amaral. Entre os motivos estão valores acima da média, pendências jurídicas ou porque o investidor perdeu as oportunidades.

.

Leilões judiciais e extrajudiciais: entenda a diferença

Com ticket médio de R$ 353 mil por imóvel, os leilões realizados em 2024 tiveram maior concentração no setor bancário, que respondeu por 63% dos arremates, enquanto os leilões judiciais representaram 37%, segundo levantamento da Zuk.

A principal diferença entre as modalidades está na origem do processo. No leilão extrajudicial, o bem é vendido diretamente por instituições financeiras, como os imóveis em leilão pelo Bradesco, e normalmente acontece quando há inadimplência no financiamento imobiliário.

De acordo com informações da Zuk, esses imóveis podem ser oferecidos com valores até 80% abaixo da avaliação e condições de pagamento variadas, incluindo opções com desconto para pagamento à vista, parcelamento e, dependendo do edital, possibilidade de financiamento ou uso do saldo do FGTS.

Já o leilão judicial é realizado por determinação de um juiz, geralmente como parte de um processo de execução de dívida. Nesse modelo, o imóvel é vendido para quitar débitos acumulados pelo proprietário, como dívidas fiscais, trabalhistas ou bancárias.

Entre as principais vantagens de comprar imóvel em leilão judicial está a segurança jurídica, tendo em vista que o processo é supervisionado por um juiz e as dívidas relacionadas ao imóvel são resolvidas antes do leilão, conforme a Zuk.

Cuidados necessários ao comprar um imóvel em leilão

Apesar das vantagens, é necessário ter atenção antes de adquirir um móvel em leilão. O Jusbrasil alerta que o edital é o documento mais importante, pois reúne todas as informações sobre o imóvel, as condições de venda e os riscos envolvidos. É nele que devem constar questões como eventuais dívidas condominiais e de IPTU, além da responsabilidade por esses encargos, devendo ser lido com cuidado.

Outro ponto que deve ser analisado é o valor de avaliação. Ainda segundo a Jusbrasil, o preço estipulado para o imóvel pode estar defasado. Por isso, comparar com outros imóveis na mesma região e utilizar ferramentas de avaliação online são estratégias recomendadas para verificar se o preço do lance é justo.

Também é indicado visitar o imóvel, especialmente para avaliar o estado de conservação e eventuais necessidades de reforma. No entanto, nem sempre isso é possível, especialmente quando o bem ainda está ocupado. Uma alternativa é tentar agendar com o leiloeiro ou, ao menos, visitar o condomínio e outros apartamentos à venda ou para alugar.

A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) reforça que o planejamento financeiro deve anteceder qualquer decisão. Além do valor da compra, é preciso prever gastos com impostos, taxas de cartório e possíveis custos com reformas. Em imóveis localizados em condomínios, também é essencial incluir as taxas condominiais e despesas fixas, como água, gás e outros tributos.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.