Publicado em 24/01/2020 às 16:24, Atualizado em 25/01/2020 às 00:11

Batayporã - Anseio da população em ter hospital de volta é um sonho quase impossível de ser realizado, diz secretária

Unidade hospitalar fechou as portas em outubro de 2016

Acácio Gomes, Redação Nova News
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Instalações do antigo Hospital São Lucas abrigam atualmente uma UPA e vão acomodar, por alguns meses, a Secretaria de Saúde - Imagem: Arquivo / Thiago Odeque

O anseio da população de Batayporã em poder voltar a contar com uma unidade hospitalar na cidade é um sonho quase impossível de ser realizado. O fato foi confirmado nesta sexta-feira (24) pela secretária de Saúde do município, Marcela Leite, durante entrevista à Rádio Cidade FM.

Na ocasião, ela foi anunciar a mudança provisória da Secretaria de Saúde, que até então atendia na Rua Ataliba Ramos, região central da cidade, e que, a partir desta segunda-feira (27), passa para o prédio do antigo Hospital São Lucas, localizado à margem da MS-134, na saída para Nova Andradina, onde funciona a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Segundo Marcela, como a proprietária do prédio onde a secretaria funcionava solicitou a desocupação do imóvel, que era alugado, foi decidido que a pasta atenderá nas antigas instalações do hospital por alguns meses, até que uma sede definitiva seja providenciada.

Nas palavras dela, a mudança da pasta para o novo local não irá interferir em nada no funcionamento da UPA, que atende durante a semana das 18h às 00h e aos finais de semana em regime de plantão 24h. Já o expediente da secretaria seguirá normalmente, de segunda a sexta das 07h às 13h.

Questionada sobre a possibilidade de Batayporã voltar a contar com uma unidade hospitalar, a gestora disse que este é um sonho difícil de ser realizado. Ela explicou que o Ministério da Saúde não investe mais na abertura ou reabertura de hospitais de pequeno porte, mas sim na chamada regionalização da saúde.

Marcela disse que o Governo Federal atualmente apenas pode disponibilizar recursos para ativação ou reativação de novos hospitais com capacidade para mais de 100 leitos, o que não seria o caso de Batayporã.

“A orientação do Ministério e também das autoridades estaduais é que as populações de cidades menores que, por algum motivo, não contam mais com hospital, busquem atendimento na rede primária, que são as unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF’s) e, em casos mais complexos, que demandam urgência ou emergência, estas pessoas sejam encaminhadas para a unidade de referência da região que, no nosso caso, é o Hospital Regional de Nova Andradina”, disse.

Ela detalhou que sem investimento do Governo Federal e do Governo Estadual é impossível a reativação do hospital de Batayporã, uma vez, o município não contaria com recursos financeiros suficientes para isso.

Diante da situação, o vereador Cacildo Paião (PSD), presidente da Comissão Municipal de Saúde, diz que o sonho da população em ver a unidade hospitalar funcionando não pode ser sepultado.

Na opinião dele, o momento é de aproveitar que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é de Mato Grosso do Sul e unir forças com bancada federal e com o Governo do Estado para, ao menos, tentar a reabertura.

“Eu pergunto: Até quando teremos que suportar essa tal de ‘ambulânciaterapia’, com gente sendo levada de Batayporã para ‘mendigar’ atendimento em Nova Andradina todos os dias?”, questionou o edil, ao defender que uma mobilização seja realizada.

Em março de 2019, durante evento em Nova Andradina, o Nova News havia questionado o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, sobre o tema. Na ocasião ele, de fato, havia dito que a orientação geral é promover o fortalecimento dos hospitais regionais.

“O próprio Ministério da Saúde afirma que é inviável manter hospitais em pequenas cidades do ponto de vista que, ao mesmo tempo em que eles não dão o retorno que deveriam dar à população, acabam custando muito caro aos cofres públicos”, disse Resende naquela oportunidade.

A unidade hospitalar de Batayporã fechou as portas em outubro de 2016, na gestão do ex-prefeito Beto Sãovesso (PSDB). Naquela oportunidade, a Sociedade Hospitalar São Lucas alegou falta de recursos decorrentes de atraso e ausência dos repasses das esferas municipal, estadual e federal. Desde então, quem necessita de atendimento hospitalar é encaminhado para Nova Andradina.