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Queimadas constantes afetam a população de Nova Andradina e região; ocorrências mobilizam Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Militar Ambiental

Segundo o Ibama, cerca de 90% das queimadas são causadas por ação humana; Defesa Civil Estadual alerta que atear fogo é crime ambiental passível de multa

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Incêndio em vegetação nas proximidades do rodoanel, na saída de Nova Andradina para Batayporã nesta quinta-feira (19) - Imagem: José Almir Portela / Nova News 

Com a chegada do período de estiagem, a ocorrência de queimadas nos municípios do Vale do Ivinhema afeta a população de forma geral e é um fator de preocupação para o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), para a Polícia Militar Ambiental (PMA) e também para a Defesa Civil.

Apenas nas últimas semanas, foram registrados diversos focos de incêndio na região, sendo que, as queimadas causam muitos transtornos visto que, devido à seca e à presença de fumaça no ar, geralmente ocorre o aumento no número de pessoas com problemas respiratórios, o que pode congestionar o sistema de saúde que, enfim, começa a se desafogar com a redução dos casos de Covid-19.

Além dos problemas respiratórios, as queimadas podem causar outros danos, como a ameaça às propriedades, imóveis, vegetações, animais e à vida do próprio ser humano.

Casos recentes

Nas últimas horas, focos de incêndio em vegetações foram registrados em Nova Andradina, tanto na região do rodoanel, na saída para Batayporã, quanto o Bairro Horto Florestal. “Quase que diariamente ocorrem queimadas em Nova Andradina. Nesta quarta-feira (18), aqui no Horto Florestal estava difícil de respirar devido à fumaça”, disse um cidadão ao Nova News.

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Queimada mas proximidades do Horto Florestal, em Nova Andradina nesta quarta-feira (18) - Imagem: WhatsApp / Nova News

Casos de incêndios em terrenos baldios em bairros como Jardim Universitário e Portal do Parque também não são raros em Nova Andradina. No município, até mesmo um flagrante de suposta queima de lixo nos fundos de um órgão público foi encaminhado ao Nova News por leitores do site. A situação foi repassada à Secretaria de Saúde para providências.

Em Batayporã não é diferente e a população constantemente reclama da presença de fumaça, principalmente na área urbana. “Esses criminosos que poluem o nosso ar sempre colocam fogo em lixo no fim da tarde ou no começo da noite, quando a fiscalização se torna mais difícil. Isso é um desrespeito para com a população”, denuncia uma moradora.

Focos de incêndio também foram registrados nos últimos dias em Anaurilândia, um deles na região do Assentamento Esperança, sendo a causa ainda não identificada, e nas últimas semanas na zona rural de Taquarussu, onde, segundo as informações apuradas pelo Nova News, pessoas atearam fogo para ‘limpeza’ de um mata-burros e as chamas acabaram saindo de controle.

No município de Bataguassu também há registros de incêndios. Em uma das ocasiões, durante fiscalização ambiental na região do Distrito de Nova Porto XV, em Bataguassu, a Polícia Militar Ambiental (PMA) autuou um paranaense em R$ 112 mil devido a uma queimada em uma propriedade.

Proibição de queimas controladas

Decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União de 29/06/2021 proíbe, pelo prazo de 120 dias, a chamada "queima controlada", que é o emprego do fogo como fator de produção e manejo em atividades agropastoris ou florestais e para fins de pesquisa científica e tecnológica “em áreas com limites físicos previamente definidos”.

Ibama

De acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em 2020, Mato Grosso do Sul registrou 12.080 focos de incêndio, um incremento de 8% em relação a 2019, quando foram registrados 11.653 focos. Ainda segundo o Ibama, cerca de 90% das queimadas são causadas por ação humana. 

Essa prática pode causar grandes prejuízos, tanto econômicos quanto sociais e ambientais, como empobrecimento do solo, poluição do ar, mudança do clima, mortes da fauna e flora, além de acidentes nas rodovias devido à fumaça que diminui a visibilidade dos condutores. Essas informações foram divulgadas pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

Corpo de Bombeiros Militar

Diante do cenário, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado promove constantemente um intenso trabalho de fiscalização, sendo que, a maioria dos registros ocorre principalmente entre os meses de julho e setembro, que são considerados os mais críticos em relação ao período de estiagem e a baixa umidade associada ao calor intenso.

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Corpo de Bombeiros defende conscientização da população quanto ao tema - Imagem: Divulgação / CB / MS

A causa mais frequente nos focos de incêndio em vegetação, amontoados de lixo e madeiras é o ato incendiário por atuação humana, ou seja, pessoas que utilizam a ação do fogo para a limpeza de terrenos ou pastagens.

“A população precisa se conscientizar de que atear fogo em lixo, pastagens e outros tipos de terrenos e materiais é crime e causa inúmeros transtornos à sociedade”, afirma o comandante do Corpo de Bombeiros Militar em Nova Andradina, Major Pablo Diego, ao lembrar que, em caso de emergência, a corporação está à disposição da sociedade 24h pelo telefone 193.

Polícia Militar Ambiental

Por sua vez, a PMA de Batayporã, que atende todo o Vale do Ivinhema, também se coloca à disposição para a prevenção e o combate à prática criminosa de se provocar incêndios, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte.

Nas palavras do Cabo PM D. Roberto, lotado no 3º Subgrupamento da Polícia Militar Ambiental (3º GPMA), a população precisa evitar a prática de atear fogo em folhas, galhos, lixo e outros materiais.

Ele explica que, mesmo que controladas, as chamas geram fumaça e causam transtornos aos moradores próximos, problemas de saúde pública e outros males. Além disso, se o fogo sair de controle, pode atingir residências e comércios, causando prejuízos incalculáveis.

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Polícia Militar Ambiental atua de forma preventiva e também no recebimento e averiguação de denúncias - Imagem: Divulgação / PMA

“Sabemos de 99% das queimadas são de origem humana então entendemos que precisamos atuar no fator humano do problema para reduzir o número de ocorrências desse tipo”, pontua o Cabo PM D. Roberto.

Ele ressalta que provocar queimadas é crime. “A Lei de Crimes Ambientais, de número 9.605, prevê que a multa seja aplicada mesmo se a queima ocorrer em propriedades particulares”, explica ele.

“Em nome do nosso comandante do 3º GPMA de Batayporã, Subtenente Braga, estamos à disposição para receber e averiguar denúncias que podem ser feitas de forma anônima pelo telefone (67) 3443-1095", finaliza.

Defesa Civil

A Defesa Civil Estadual também reafirma que atear fogo em terrenos baldios é crime ambiental passível de multa. Até mesmo pessoas que colocam fogo para fins de “limpeza” podem ser punidas.

O órgão reforça que a população pode acionar a PMA, a prefeitura da sua cidade, o Corpo de Bombeiros Militar (193) e a Polícia Militar (190).

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