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Puccinelli é condenado por coagir servidores por voto em 2012

Justiça Federal determinou suspensão dos direitos políticos por cinco anos; Ele afirma que vai recorrer da decisão

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Imagem: Arquivo / Campo Grande News

O ex-governador André Puccinelli (MDB) foi condenado por improbidade administrativa pelo episódio das eleições de 2012, quando reuniu servidores e prometeu “girotear”. Na ocasião, ele apoiava a candidatura de Edson Giroto à prefeitura de Campo Grande. 

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), vídeo divulgado à época mostra que o então governador convocou reuniões em que coagia comissionados a votar em candidatos de sua coligação.

A ação de improbidade administrativa foi ajuizada em janeiro de 2016 e acusava André de coagir servidores comissionados de duas pastas: Secretarias Estadual de Trabalho e Assistência Social e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário e Turismo. 

Na gravação, Puccinelli   aparece listando, nominalmente, servidores e ordenando que os comissionados informassem em quais candidatos votariam para os cargos de prefeito e vereador. Ele faz anotações e orienta que as pessoas mantenham a intenção de voto em candidatos da coligação apoiada por ele.

Em trechos da reunião, realizada no diretório do PMDB, Puccinelli, ao notar a ausência de servidores, enfatiza a consequência da falta: “Exonerando”. Noutro trecho, reclama que o nome de Giroto está pequeno em material de divulgação e promete “girotear” a candidata a vereadora.

O encontro, reconhecido judicialmente por Puccinelli, foi classificado pelo político como reunião entre correligionários do PMDB em busca de votos para os candidatos no pleito de 2012. Contudo, para o Ministério Público Federal, não há dúvidas da influência direta do ex-chefe do Poder Executivo no voto de seus subordinados.

“Se aquela reunião foi mero encontro de pessoas engajadas na campanha eleitoral de 2012, por que o recorrido fazia ameaças claras de exoneração quando algum comissionado não respondia à sua chamada? Se a reunião não era um ato do chefe do Executivo, e sim de um militante político, qual o porquê da chamada nominal dos comissionados?” questionou o MPF. 

A 1ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande condenou Puccinelli e determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Mas o prazo para  ele fique inelegível só começa a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação). 

“Trata-se de conduta gravíssima, uma vez que praticada com intenção de violar direito previsto constitucionalmente: voto direto e secreto”, informa a decisão.

Vai recorrer

Puccinelli é liderança do MDB e pré-candidato ao governo em 2022. Ele informa que vai recorrer da condenação.

De acordo com nota à imprensa divulgada pelo MDB, a decisão da 1ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande “não torna o ex-governador André Puccinelli inelegível, visto que existem recursos cabíveis que serão apresentados em momento oportuno”.

O partido, que pretende lançar a candidatura de Puccinelli a governador no ano que vem, informa que confia na Justiça e a verdade dos fatos prevalecerá, com consequente absolvição. Ainda segundo a nota, a reunião que resultou na condenação já foi apreciada pela Justiça Eleitoral, que inocentou o político.

“O MDB reafirma a sua plena confiança na integridade moral do ex-governador André Puccinelli e na sua consequente e definitiva absolvição nas instâncias recursais”.

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