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“Queremos vacina”, por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Arquivo Pessoal

Quem tem voz tem que falar. É horrorosa a confusão no seio do Ministério da Saúde sobre uma vacina e um plano nacional de imunização contra a COVID – 19.

Em outros países democráticos, Agências que tem as tarefas da ANVISA, são independentes e não se transformam em cabides de empregos, ou puxadinho do Ministério da Saúde. Cá, diferente de lá, o Ministério da Saúde é chefiado por um General que não entende de gestão, muito menos de gestão de Saúde Pública.

É um Ministério abarrotado de militares da reserva, soldados de um presidente Capitão, que passam o tempo brincando de joguinhos de guerra, exercitando teorias conspiratórias, em vez de pensar na imunização dos brasileiros, que vivem à mercê da sorte ou em busca de uma vaga na UTI.

Em particular, não quero saber quem vai comprar a vacina, Governo Federal ou Governadores. O que quero é que a população possa ter acesso a imunização contra a COVID – 19.

Quem tem voz precisa falar. Quem tem caneta precisa escrever. Quem tem amor à vida, (bem mais precioso que Deus nos deu), precisa se cuidar e efetivamente fazer alguma coisa no sentido de pressionar o poder público a resolver essa situação de vida ou morte.

Sinto-me parte de um povo “gado”, tangido pela morosidade e inércia do poder, assistindo na TV os números crescentes de mortos, chegando perto da soma absurda de duzentos mil óbitos.

Fico pensando: cadê o Ministério Público? Instituição que se considera o quarto poder da República, no entanto, assiste de braços cruzados as ações atrapalhadas do Ministério da Saúde, em detrimento da vida da população.

Por exemplo: para que serve um plano de vacinação se não tem vacina? O Brasil não se preocupou em comprar antecipadamente a vacina. Está atrás de mais de trinta países, os quais terão preferências por terem adiantando pagamentos e ajudado com as despesas de pesquisas dos laboratórios. Logo, vai ter que esperar. Alguns Estados fizeram isso, enquanto o Ministério da Saúde não fez.

Outro imbróglio são as seringas. Segundo informou o Ministério da Economia, há seis meses mandou ofício ao Ministro Pazuello sobre a necessidade de encomendar e comprar as seringas, mas até ontem não havia recebido resposta do Ministério da Saúde.

Por derradeiro, é mister lembrar que líderes de países mundo afora, fizeram investimentos em busca da vacina e trabalham para conscientizar a população da necessidade de tomar a vacina, aqui no Brasil, o próprio Presidente já disse que não vai tomar a vacina. Sua declaração é uma mensagem óbvia para incentivar a população a não ser imunizada. No mínimo é estranho esse comportamento.

O que se sabe, com muita obviedade é que já nos aproximamos de duzentos mil óbitos.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista

[email protected]

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