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Projeto Papagaio Verdadeiro visa proteger animais indefesos da ganância humana

Iniciativa sem fins lucrativos trabalha para combater o tráfico das aves

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Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

“Papagaio feliz não fala, voa”. Com esta ideologia foi criado, em 1997, pela zootecnista Gláucia Seixas (foto), que é doutora em Ecologia e Conservação da Natureza, o Projeto Papagaio Verdadeiro, que visa, preservar a espécie e proteger esses animais indefesos da ganância humana, trabalhando para combater o tráfico de aves.

A iniciativa nasceu em Campo Grande, quando Glaucia era funcionária do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) e coordenava o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS).

“Sou carioca, mas adotei Mato Grosso do Sul com terra natal, em 1989. Moro em Campo Grande desde então. Trabalhei no IMASUL por 11 anos, sendo coordenadora do CRAS durante 7 anos e gerente de conservação da biodiversidade por 4 anos. Depois que sai do Governo do Estado, em 2004, passei a me dedicar exclusivamente a este projeto”, explica.

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Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

Mesmo sendo o papagaio mais traficado, dentro e fora de Mato Grosso do Sul, até Gláucia iniciar o Projeto Papagaio-verdadeiro não havia nenhuma iniciativa de estudo ou conservação desta espécie. Só em nosso Estado cerca de 11.500 filhotes desta espécie foram apreendidos pela fiscalização ambiental, desde 1988, quando foi criado o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), vinculado ao IMASUL. 

Segundo Gláucia, este número é insignificante, frente a cruel realidade que a espécie enfrenta. “Mesmo sendo um número alto, sabemos que é muito menor do que o total de animais retirados cruelmente da natureza, ao longo destes anos, só em MS. Isto porque muitos filhotes morrem na captura, manutenção e transporte, até chegarem ao triste destino final, que é viver em gaiolas ou limitado para voar, reproduzir e colaborar com sua espécie. Além de crime esta é uma perda enorme para a natureza.”, explica.

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Filhotes apreendidos - Imagem: CRAS / IMASUL

Glaucia detalha que por 20 anos o Projeto Papagaio Verdadeiro, que é uma iniciativa sem fins lucrativos, atuou no Pantanal e que, desde 2015, se expandiu para a área de tráfico de papagaios, focando nas áreas do Cerrado e Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul.

“O nosso trabalho voluntário atua nas seguintes linhas que são: pesquisa científica, educação para conservação e subsídios para políticas públicas de conservação da espécie e combate ao tráfico de papagaios”, detalha a zootecnista.

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Ação educativa - Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

Neste contexto, a equipe sai a campo para monitorar a reprodução da espécie, catalogando ninhos e acompanhando o desenvolvimento dos filhotes, sendo que, nos últimos dias, o Projeto Papagaio Verdadeiro esteve na região do Vale do Ivinhema.

Conforme já noticiado anteriormente pelo Nova News, fazem parte da região considerada crítica com relação ao tráfico de papagaios os municípios de Nova Andradina, Batayporã, Ivinhema, Bataguassu, Anaurilândia, Novo Horizonte do Sul, entre outros.

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Monitoramento de filhotes - Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

Gláucia Seixas afirma que é muito importante a conscientização da população com relação à gravidade do crime de tráfico de animais silvestres, uma vez que muitas vezes os traficantes aliciam moradores de sítios ou fazendas a retirarem os filhotes dos ninhos para venda.

“Todos devem se engajar na preservação e defesa da natureza. Nosso projeto está na região onde o tráfico é intenso também para alertar as pessoas que algo precisa ser feito urgentemente para mudar este cenário de crueldade com os papagaios-verdadeiros. Mas só conseguiremos mudar esta realidade se houver uma maior consciência ambiental por parte da população do Vale do Rio Ivinhema e demais regiões de MS. 

Isto inclui não adquirir filhotes de papagaios da natureza ou aceitar que capturem os filhotes que nascem em ninhos de sua área ou região, além de denunciar para as autoridades competentes aqueles que estão cometem este crime. Outra forma de ajudar é espalhando estas ideias para os familiares, amigos e vizinhos, pois só assim mais pessoas nos ajudarão a manter os louros voando pelos céus de MS!”, finaliza.

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Ninhos destruídos - Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

Entre em contato

Para saber mais sobre o Projeto Papagaio Verdadeiro ou para fazer doações que possam colaborar com a iniciativa, as pessoas interessadas podem entrar em contato por meio das redes sociais Facebook e Instagram, bem como pelo WhatsApp (67) 9 9252-8866.

Operação Bocaiúva

Também para combater o tráfico de papagaios, existe a Operação Bocaiúva, desenvolvida pela Polícia Militar Ambiental (PMA) em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), com apoio de outras forças de segurança. Os trabalhos ocorrem sempre entre os meses de agosto e dezembro, que é o período de reprodução da espécie.

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Apreensão realizada pela PMA - Imagem: Divulgação

Tanto os policiais militares quanto os fiscais do IBAMA atuam de forma preventiva, por meio da conscientização, e também na repressão, com a autuação dos infratores que são conduzidos às delegacias de polícia, autuados, multados e respondem pelo crime ambiental.

Denúncias

Na região do Vale do Ivinhema, as denúncias podem ser encaminhadas para a PMA de Batayporã pelo telefone (67) 3443-1095 ou em outra unidade policial mais próxima. Também é possível repassar as denúncias diretamente para a PMA em Campo Grande, pelo telefone (67) 3357-1500.

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Imagem: Projeto Papagaio Verdadeiro

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