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MP e Corregedoria da PM apontam que militares forjaram boletim de ocorrência contra jornalista agredido em Nova Andradina

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Jornalista foi agredido em frente de casa pelos quatro militares que estava à paisana - Imagem: Reprodução

Segundo matéria publicada nesta segunda-feira (03) pelo Jornal Midiamax, de Campo Grande, o Ministério Público (MP) e a Corregedoria da Polícia Militar (PM) afirmam que os policiais acusados de agredirem o jornalista Sandro Almeida, no início do mês de junho em Nova Andradina, teriam forjado um boletim de ocorrência contra ele.

Conforme a publicação, na ação em que o MP recorreu da decisão do juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar Estadual, a promotoria questiona o boletim de ocorrência registrado contra o jornalista de Nova Andradina. A denúncia foi feita com base em indícios apontado no próprio inquérito aberto pela Corregedoria da PM.

“Denota-se que todos os argumentos expostos no fajuto boletim de ocorrência feito pelos militares caem por terra diante de uma simples e rápida análise, restando clarividente, que apenas registram tal documento bem depois dos fatos na tentativa de legalizar a abordagem criminosa feita ao jornalista Sandro (...)”, diz o promotor em parecer obtido pela reportagem do Midiamax.

No entendimento do promotor, o boletim registrado contra o jornalista configura clara tentativa de interferir na investigação, alterando a dinâmica dos fatos, ou seja, não bastasse os gravíssimos crimes praticados, quando perceberam que Sandro não se calaria diante doas abusos sofridos, os recorridos ainda tentaram manipular as narrativas dos fatos.

Ainda segundo o MPMS, se para o os militares o jornalista praticou os crimes de resistência, desobediência, desacato e lesão corporal, a condução teria que ser obrigatória e sua não realização incorreria em crime de prevaricação.

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Vítima procurou a Delegacia de Polícia Civil logo após os fatos no dia 02/06/2023 - Imagem: Nova News  

O fato

No dia 02/06/2023, o jornalista foi agredido pelos policiais militares à paisana, quando chegava em sua casa no Jardim Universitário, em Nova Andradina.

O caso ganhou grande repercussão em todo o Brasil e várias entidades se manifestaram repudiando o ataque contra o profissional da imprensa.

Após isso, os quatro militares envolvidos foram transferidos para Campo Grande e receberam a aplicação de medidas cautelares, como a proibição de atuar nas ruas, proibição do uso de armas, proibição de deixar a Comarca da Capital sem autorização do Poder Judiciário bem como ficaram impedidos de manterem contato com a vítima e testemunhas.

Mais recentemente o MP decidiu recorrer da decisão do juiz, afirmando que apenas as medidas cautelares não bastariam, entendendo que os quatro policiais acusados deveriam ser presos. O recurso segue em tramitação.

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