Buscar

Máfia do cigarro: Ex-comandante do 8º BPM de Nova Andradina é um dos alvos de ação do Gaeco

Operação contra “bichos cigarreiros” chega à mais alta patente da PM

Cb image default
Tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, comandou o 8º BPM de Nova Andradina entre maio de 2018 e fevereiro de 2019 - Imagem: Acácio Gomes / Arquivo / Nova News

A Operação Oiketicus*, que comemora aniversário de dois anos neste sábado (16), saiu às ruas nesta sexta-feira (15), chamada, neste desdobramento de Avalanche, em busca de mais supostos envolvidos na chamada máfia dos cigarros em Mato Grosso do Sul.

Desta vez, a ação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), foi em busca de altas patentes da Polícia Militar.

Entre os alvos da operação está o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, ex-comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar (8º BPM) de Nova Andradina e atual comandante da 5ª Companhia Independente da Polícia Militar de Campo Grande.

Segundo o Campo Grande News, os militares alvos da operação são suspeitos de envolvimento na Máfia do Cigarro, esquema em que cigarros contrabandeados do Paraguai passam pelo Estado para inundar o Brasil, deixando rastro de pagamento de propina a policiais.

Nesta sexta-feira (15), conforme apurado pelo site da Capital, os alvos da Operação Avalanche foram o coronel Kleber Haddad Lane, os tenentes-coronéis Jidevaldo de Souza Lima, Carlos Lima, Josafá Pereira Dominoni, Erivaldo José Duarte Alves e Wesley Freire de Araújo, além do major Luiz César de Souza Herculano.

Cb image default
Apreensões de cigarros contrabandeados são constantes em Mato Grosso do Sul - Imagem: Arquivo / Divulgação / DOF 

Ex-comandante do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), Kleber Haddad Lane é atual superintendente de Segurança Pública, posto na cúpula da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Conforme consulta ao Portal da Transparência, a remuneração dele em abril foi de R$ 33.899 da aposentadoria de oficial e mais R$ 8.500 pelo cargo comissionado.

O tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima é desde janeiro o chefe da 4ª Seção do Estado-Maior da PM, que coordena assuntos relativos à gestão e projetos e captação de recursos. Ele foi comandante da PM em Amambai.

Na hierarquia da corporação em Mato Grosso do Sul, o topo é o comando-geral, seguido por Subcomando-geral e Estado-Maior. A remuneração do oficial em abril foi de R$ 25.588, sendo R$ 22.851 de remuneração fixa e R$ 8.335 de remunerações eventuais.

A operação também prendeu logo no começo da manhã Carlos Lima, comandante do 3ª Batalhão da Polícia Militar em Dourados. Alvo nesta sexta-feira (15), o tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni trocou, no ano passado, o comando da Polícia Militar em Nova Andradina pela 5ª Companhia Independente da Polícia Militar de Campo Grande.

Nesta ação, o Gaeco foi às instalações policiais, na Vila Sobrinho. O oficial teve salário de R$ 22.851 no mês passado, além de receber mais R$ 2.575 por remunerações eventuais. O major Luiz César de Souza Herculano comanda a corporação em Coxim.

A Operação Avalanche é em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a Sejusp, uma nota oficial será divulgada em parceria com o Gaeco, detalhando os trabalhos.

Máfia do cigarro

Na primeira fase da Oiketicus, realizada em 16 de maio de 2018, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.

A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá. Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil.

A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio de 2018, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de então servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). A terceira fase foi em 13 de junho, quando mais oito policiais foram presos. No dia primeiro de novembro de 2018, a quarta etapa prendeu um tenente-coronel e um sargento.

Levantamentos realizados pelo Ministério Público teriam demonstrado indícios da existência de um mecanismo de corrupção envolvendo policiais militares. (*O termo Oiketicus, que dá nome à operação, refere-se a uma lagarta que constrói, com fragmentos vegetais, uma estrutura parecida com um cigarro, utilizada para sua proteção / As informações desta matéria são do Campo Grande News). 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.